segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ex Deo nascimur, in Jesu morimur, per Spiritum Sanctum reviviscimus


“Ex Deo nascimur, in Jesu morimur, per Spiritum Sanctum reviviscimus”
(Manifesto R+C Fama Fraternitatis 1.614)

"Nascemos em Deus, morremos em Jesus, renascemos pelo Espírito Santo”


A fórmula acima foi encontrada no sepulcro do Pai CRC - Christian Rosenkreutz (nome que significa Cristão da Rosa Cruz). Muitos a vêem, mas não percebem, muitos a ouvem, mas não compreendem e muitos a sentem, mas não a vivenciam.
Desde a antiguidade o homem desperto busca o conhecimento de si mesmo. No pórtico do Templo de Apólo, na Grécia antiga, já despontava a inspiradora inscrição Nosce te Ipsum - Homem Conhece-te a ti mesmo, sendo completada por outra interna, E conhecerás o Universo. O conhecimento de si mesmo é o próprio caminho espiritual que as pessoas tanto insistem em buscar fora de si. As grandes Tradições da humanidade, e não somente o Rosacrucianismo, são insistentes nesse caminho. Mestre Jesus, Senhor Buda, Pitágoras, Hermes Trimegistrus e outros, nos alertam constantemente em seus ensinamentos dessa necessidade de interiorização, expansão da consciência e conhecimento mais profundo, da nossa natureza, para o verdadeiro despertar.
O Rosacrucianismo não poderia adotar ênfase diferente, incentivando e disponibilizando, aos buscadores sinceros, ferramentas para que a sua jornada, em busca do conhecimento de si mesmo, tenha êxito. Porém, não apenas um conhecimento racional, científico, filosófico, teórico e empírico, a "episteme" dos gregos, mas também de caráter intuitivo, transcendental. O intelecto usa a razão e o conhecimento discursivo. A Sabedoria ultrapassa o intelecto e, através da intuição, contempla e faz com que a Verdade seja vivenciada.Entretanto existem algumas etapas pelas quais passam a maior parte dos buscadores, para conquistar e se apoderar do verdadeiro despertar interior, a saber:

O despertar da consciência para a realidade interior divina, a constatação da sensível diferença entre a sua natureza interior, pura, divina, sublime, da sua natureza exterior, submetida ao ego e a toda sorte de aflições, ilusões, paixões, apegos e impurezas;

A iluminação, que depois do doloroso exercício da disciplina para dominar os obstáculos naturais da personalidade, do ego, o buscador começa a desfrutar de forma cada vez mais perceptível em sua existência, trazendo-lhe a compreensão de experiências mais sutis, intuitivas, da natureza humana e da realidade das coisas;

A noite escura da alma, na qual o buscador penetra nas trevas, se defrontando com o terror do umbral, depois de ter visto a luz, numa crucificação espiritual, para eliminar a idéia de separatividade e preparar-se para a união com a Fonte; e,

A união, o cume da montanha alegórica, momento no qual o buscador atinge seu objetivo, se une à Fonte, tornando-se um só. Aqui cessam as influências do mundo material e o místico se identifica com o vazio sem forma, a plenitude. Para Jacob Boehme, o místico é aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode chamar Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, Fonte, Inefável.

Mestre Jesus ensinou o caminho para esse despertar interior aos seus apóstolos, ministrando ensinamentos esotéricos e místicos, os quais a rica Tradição Gnóstica é testemunha perpétua, em todas as suas manifestações físicas. Este testemunho do Cristianismo Interior, que descreve o caminho de retorno a Deus, continua sendo um esforço renovado nos dias atuais, pelo Rosacrucianismo, para realizar o verdadeiro Cristianismo do Mestre Jesus, o Cristo.

Sobre isso, Orígenes, o maior erudito da Igreja Antiga, em sua obra “De Principiis”, já ensinava: "As Escrituras Sagradas têm um sentido que é aparente à primeira vista, e um outro que a maioria dos homens não percebe. Porque são escritas em forma de certos Mistérios, e à imagem de coisas divinas. A respeito do que há uma opinião em toda a Igreja, que toda a Lei em verdade é espiritual, porém que o sentido espiritual da Lei não é conhecido a todos, mas apenas aqueles que receberam a graça do Espírito Santo na palavra de sabedoria e conhecimento". Assim, os primeiros cristãos sabiam que dois tipos de pessoas se achegariam ao cristianismo, um tipo sem o toque pneumático, e, portanto, incapaz de aproximar-se da salvação pelo conhecimento e pela sabedoria dos Mistérios, mas possuindo apenas capacidade de assimilar pela fé o lado superficial da Lei; e o outro tipo, tocadopelo dom pneumático, pela centelha-espírito, que possuiria plena capacidade de assimilar os conhecimentos e a sabedoria dos Mistérios divinos e descer ao nível profundo e espiritual da Lei, podendo gozar de completa iluminação e redenção."

Portanto, uma vez compreendida a proposta acima, voltemos à narrativa inicial:
Nascemos em Deus,O nascimento da luz no interior do Ser Humano, latente em todos os seres, porém não desperta, até ser tocada pela consciência de todos aqueles que aspiram e se esforçam para alcançar a Unidade Primordial.
Morremos em Jesus,A morte para o mundo e o ressurgimento para a vida eterna. Devemos morrer para o mundo para alcançarmos a consciência cósmica, plena, eterna. O que morre não é o corpo, mas sim o ego com suas ilusões e a percepção de separatividade do Ser.
Renascemos pelo Espírito Santo,O que renasce é o ser pleno, agora consciente da unidade com a Fonte. A partir deste momento a alma venceu a morte, o novo Ser, livre de todos os condicionamentos e limitações anteriores, vivencia a experiência de Consciência Cósmica, Crística, plena, instruindo e ajudando a humanidade.

Elaboração - Anubys / Revisão - KD / Tradução ao Inglês - APF

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