terça-feira, 13 de maio de 2008

Casamento Alquímico

O homem de hoje não ultrapassou o estado autoconsciente. Sem duvida ele fez progresso no que se relaciona a civilização e ao intelecto; todavia, esse progresso diz respeito apenas ao homem exterior, a forma exterior de expressão em conformidade com as opiniões de outros homens. 0 EU interior, isto é, o EU mais refinado do homem tem evoluído pouco nos últimos séculos; na verdade, o homem tem permanecido quase que estacionário, tendo perdido contato com o EU interior na insensata arremetida para acompanhar as desenfreadas condições e necessidades da vida.

As atividades e ocupações do homem convencional ocupam toda sua atenção ate que seu corpo fatigado, rebelando-se contra o esforço que dele e exigido consome-se no trabalho e recusa prosseguir. Que sabe afinal, esse homem a respeito da vida? Onde ficam seus prazeres? Onde esta sua felicidade na louca investida em busca do dinheiro, da fama, da condição social, do orgulho, quanto a sua personalidade, cargo e competição no mundo dos negócios? Pode esse homem levar sua angustias, seus problemas e dificuldades pessoais a um colega ou a sua companheira? Pode ele encontrar solidariedade? Se perder tudo, ele tem para quem se voltar em busca de auxilio e de um recomeço? Revelam-se no mundo material o coração e a alma dos homens? E o amor expressado para com os outros? Pode o amor verdadeiro ser encontrado nesse mundo excessivamente materialista? Pode alguém que esta totalmente absorvido em sua própria esfera de ação na vida preocupar-se com o que esta fora dela?

Não. O homem convencional deixa este mundo tão carente da verdade a respeito da vida como quando nela entrou.

A evolução consciente somente começa quando a pessoa deixa de permitir que o EU exterior a domine, e rejeite o excessivo apego pelas coisas que contribuem para aumentar a vaidade, o orgulho e o egoísmo das honras mundanas e a concepção de sermos unidades isoladas ou individuais. É fácil verificarmos que aqueles que são atenciosos para com os outros, que fazem tudo ao seu alcance para levar seu semelhante a um plano mais elevado de compreensão e existência são poucos e raros de encontrar. A razão é óbvia. Eles são muitos reservados, fazem o seu trabalho e servem a outros sem deixar que a sua mao direita saiba o que a esquerda esta fazendo, jamais se lançando a evidencia para que todo 0 mundo tome conhecimento de seus atos de caridade porque isto os confundiria. Não buscam elogios e recompensas mas, antes procuram descobrir 0 bem que possam fazer a toda a hurnanidade. E muito melhor realizarmos o nosso trabalho na obscuridade, do que de maneira ostensiva; temos sempre a possibilidade de pensar antes de falar, e de raciocinar antes de agir.
Casamento:
Duas partes complementares, separadas da unidade, trilham um conhecimento subconsciente do relacionamento anterior e procuram restabelecer a união. Aprendemos dai que fundamental e unicamente do ponto de vista metafísico e alquímico, existe uma outra e verdadeira metade complementar para cada ser vivo. Esta noção, entendida de maneira generalizada e errônea, levou a crença popular na existência de urna afinidade para cada ser humano, bem como uma afinidade química para cada um dos elementos naturais.

Se encararmos o casamento como a união por uma lei ou principio alquímico natural de duas partes separadas, mas simpáticas e complementares de uma unidade pré-determinada, podemos concluir por tais condições que o matrimônio e o estado ideal. Na verdade, e o único estado em que dois seres encontram o grau de manifestação perfeita decretada por Deus e pela natureza.

Estes são os princípios, mas diferentemente das manifestações que ocorrem naturalmente no mundo químico ou elemental, entre os humanos existem interferências causada pela insistência intencional do homem em suplantar a mente Cósmica ou espiritual com sua própria mente.
No casamento entre dois seres complementares ele não hesita em exercer sua vontade, seu arbítrio, a um grau que seria considerado sacrílego para o alquimista. O homem desenvolveu a idéia de que e capaz de interpretar as varias emoções de seu ser e decidir quais as atrações naturais, alquímicas, puras e quais são atrações passageiras...

Ele interpreta as ilusões, impressões e emoções transitórias como sendo o grito cósmico, permanente, apropriado, de um ser separado a chamar sua contraparte. Os químicos sabem que os elementos da natureza que não estão unidos a suas partes complementares não podem ser forçados a uma combinação não natural, não simpática ou não harmônica com outros elementos.

Os biólogos sabem que a união de dois elementos não harmônicos e não simpáticos ira manifestar um produto desarmônico, sub-normal ou anormal muito distanciado da criação perfeita representada pela terceira ponta do triângulo.

Infelizmente, este fato, conhecido dos químicos e biólogos, e tão perfeitamente compreendido pelos místicos, não e aceito nem levado em consideração pelo homem e pela mulher comum. Fala-se levianamente que os casamentos são feitos no céu, o que perfeitamente correto do ponto de vista alquímico. Do ponto de vista do biólogo e do químico e um principio bem fundamentado. Mas não se aplica no caso de pessoas unidas por uma decisão arbitrária e pela obstinada e ignorante má aplicação da lei natural. 0 verdadeiro matrimonio entre dois seres humanos só pode resultar de um estudo cuidadoso de suas características e elementos naturais.

Para um verdadeiro casamento alquímico, e portanto uma união Cósmica natural, a essência divina de cada um deve se unir a do outro por atração natural, antes que seus corpos possam se unir adequadamente. Nas antigas cerimônias místicas, o rito matrimonial físico jamais era realizado enquanto as dois "Eus" interiores não tiverem encontrado a perfeita união, a sublime harmonização. A Cerimônia do casamento físico era realizada com o único fim de obedecer costumes éticos, legais ou religiosos da terra, e era considerada apenas uma formula a ser completada após a união natural espiritual.

Com a passar do tempo, a cerimônia espiritual, o processo alquímico do matrimônio, passou a ser ignorado. Fórmulas criadas pelo homem aumentaram a ponto de leva-lo a acreditar que ele não só decretava ser o casamento físico apropriado, completo e de acordo com a lei natural, mas também, de alguma forma, forçava a natureza a sancionar e sintetizar o casamento espiritual que deveria ter ocorrido anteriormente. Em alguns casos, tais matrimônios são perfeitos pelo casamento natural da essência da alma ter ocorrido muito antes do casamento físico.

Nestes casos, o casamento físico e apenas o resultado de algo experimentado interiormente e de forma divina.

Na maioria das vezes, entretanto, o casamento físico ocorre sem que antes ocorra a União das ALMAS, o casamento no sentido espiritual ou alquímico e impossível, pela falta de harmonização entre duas pessoas unidas desta forma.

Em tais uniões, não há uma fusão de duas naturezas simpáticas, não há atração alquímica ou Cósmica, apenas uma atração química, física e transitória. As coisas mortais modificam-se constantemente, e mais cedo ou mais tarde os cônjuges percebem que não estão adequadamente combinados, mesmo nas minúsculas formas do mundo material químico, os elementos erroneamente unidos sempre vibram de forma desarmônica e acabam por desfazer a união.
Não e de surpreender, portanto, que homens e mulheres unidos de maneira incorreta procurem livrar-se, não só exteriormente, mas também através de sua essência da alma e natureza divina, das estreitas limitações a que foram forçados. A separação, o divórcio será inevitável enquanto o homem arbitrariamente dirigir a união da sua natureza com outra.

2 Comentários:

Blogger Gabrielas de Gabriela disse...

Olá, gostaria muito de saber se você tem mais referências sobre o casamento alquímico, este foi o melhor texto que já li sobre isso, e acabei de descobrir que sou gnóstica. Obrigada!

30 de setembro de 2010 às 05:35  
Blogger Ro Souza disse...

Perfeito...tudo que eu procurava conhecer sobre o casamento alquimico, de forma clara.
Todas essas tradições são um convite a desvendar os misterios dos conhecimentos antigos, eu estou encantada.

1 de março de 2013 às 09:22  

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