segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A REFORMA DO MUNDO R+C



Admitamos, francamente, que nos tornamos aparências de homens. Nossa civilização ocidental segue a linha horizontal ordinária. Não há assustadoras alturas de realidade irradiante, nem profundezas de vida interior. É a uniformidade. A maquina inteira, à qual estamos tão familiarizados, este organismo com suas rodas e suas alavancas de comando, está doente, mortalmente doente, pois sua alma desapareceu.

O idealismo está limitado; tornou-se um materialismo ornado de algumas flores fanadas. A ciência está totalmente comprometida no impasse, e há anos a teologia esta tão morta quanto na era atlante. A face coroada de espinhos aparece novamente no horizonte, enquanto que o odor da pólvora ameaçadora rodopia em torno da Terra em grandes turbilhões. As abobadas das igrejas ressoam de preces, preces sobre um Deus totalmente desconhecido, de balbucios sobre um Cristo que não se conhece, nem se confessa, mas que se crucifica cotidianamente.
Os homens não cessam de procurar, mas se ligam previamente a esta civilização, a esta cultura,e isto e vão. Vós bem o sabeis, vossos jornais e vossos livros falam disso; tornais conhecimento, falais de todas essas coisas e, antecipadamente, estais de acordo com todos esses escritos comoventes.
Mas por que eles não vos tocam? Por que nada se quebra em vós? Por que não sentis o frêmito da eternida-de no tempo? Não acontece conosco como com Elckerlyc, no drama medieval do mesmo nome? A morte, enviada de Deus. vem a Elckerlyc e Ihe diz: "Que caminho então tornaste, tão bem ornado? Esqueceste Deus?" Com toda a nossa civilização cristã, com efeito, esquecemos Deus. Escapa-nos o essencial, o urgente e o único necessário no que concerne à verdadeira salvacão. lsto não é um sermão; os Rosacruzes não gostam disso. Trata-se somente de sacudir-vos um pouco e de dizer-vos: deixai a linha horizontal e vede agora a realidade. Não compreendeis que o Logos intervém em nossa civilização doente? Que tudo está em processo de mudança? Que algo está acontecendo?
E que fazeis? Trabalhais de manha à noite, provavelmente por vosso pão cotidiano. Integrai-vos na vida ordinária. Labutais para os dias de velhice. Afligi-vos e escravizai-vos em vossa casa e fora dela. Quando tendes um pouco de repouso, ledes ou ouvis musica atordoante.
Vossa vida de homem não se limita a isso, apesar de tudo?
Sabeis a que o homem é chamado?
Sabeis o que o homem pode fazer?
Pertencemos à raça dos deuses! Fomos criados, à imagem de Deus; em nós brilha a centelha divina. Não se trata aqui de palavras fáceis e gratuitas ou mesmo edificantes, mas de flamas vivas da verdade eterna. Devemos libertar-nos das nossas limitações, do nosso espírito de escravos. Devemos ter consciência da nossa realeza! Estas palavras têm o tom de demência e são perfeita loucura para o homem, animal gregário; mas nos escrevemos aqui para aqueles que são sensíveis a Gnosis ou, pelo menos, para aqueles que sentem algum interesse pelas forças da verdadeira Rosacruz, que se vão intensificando.
É por isso que a missão da Rosacruz e dos seus servidores e indicar os caminhos de libertação, pois, vede, vamos todos curvados sob a escravidão segundo o corpo, a alma e a consciência. Em nos deve manifestar-se alguma coisa de uma nova e santa paixão, esta santa necessidade de salvação que os salmos clássicos cantam. Alguma coisa do verdadeiro nascimento de Deus deve nascer em nós, alguma coisa do caminhar cotidiano com Cristo.

Milhares dizem conhecer Cristo; eles pronunciam suas palavras na ponta da língua, mas seus corações permanecem imóveis, e suas cabeças não o compreendem. Eles conhecem a oferenda sagrada do passado, mas nada sabem do rosto coroado de espinhos que aparece agora no horizonte. Da mesma maneira como, andando sobre a erva, esmagamos sob nossos pés a tenra vida da natureza, passamos ao lado desse rosto suplicante, nos que nos interessamos pelas variações da bolsa de valores. É por isso que a missão da Rosacruz e dizer-vos quem é, o que e é como e Cristo, o que este temível Espírito Solar deseja de nós, o que Ele quer e faz por nós.
Não se trata de juntar devotamente as mãos para a prece, nem somente cantar os hinos, em urna política de espera negativa: "Ele faz bem todas as coisas". Não, nós mesmos devemos fazê-lo! Este e o prodígio do cristianismo. O foco do amor do espírito deve brotar em nós. A borboleta real deve libertar-se de nós, a fim de que, abandonando o alimento dos porcos, possamos elevar-nos para nosso Pai.
Cristo é uma força, o Logos. Ele move o universo do nosso ser. Ele e tudo em todos, com a condição de reagirmos, consciente e dinamicamente, ao espírito de Deus. Se conheceis alguma coisa desse Quase sagrado, não podeis mais perseverar na espera repousante, mas procurais enfileirar-vos ao lado daqueles que preparam o mundo novo. Muitos homens são vitimas de esperanças malogradas. Anos cruéis enfraqueceram, com seu desejo, o desejo de Deus. Eles renunciaram a pensar, e os centros sensíveis estão mortos neles. Suicidaram-se vivos. Mas o aluno da escola de Mistérios não tem necessidade de reaquecer as esperanças malogradas, pois os dons maravilhosos que ele recebe sem medida ultrapassam suas esperanças mais audaciosas.
E o aluno torna-se assim um executante do ConseIho de Deus. Ele pode falar com grande positividade, pois se elevou acima da linha horizontal, vê e conhece a reforma mundial que se aproxima. E assim essa positividade toma forma na Confessio Fraternitatis para trazer a mensagem da libertação as almas escravas que procuram e se afligem: "E por isto, ó mortais, que devemos declarar aqui: Deus decidiu devolver ao mundo, que desaparecera pouco depois, a verdade, a luz e a dignidade, as quais Ele ordenou deixarem o paraíso com Adão a fim de suavizar a miséria humana. E por isto que agora e necessário que abandonem todo o erro, toda a treva e toda a servidão que se apoderaram, progressivamente, das ciências, das obras e dos governos dos humanos, no curso progressivo da revolução do grande globo, de maneira que a maioria dos homens se obscureceu.
"Dai nasceu uma infinita diversidade de opiniões, alterações e erros que tornam a escolha difícil, mesmo aos homens sábios, que o renome dos filósofos de um lado e a verdade da sua experiência, de outro, mergulham na confusão. Quando, como temos a certeza, todas essas coisas tiverem desaparecido, teremos, em seu lugar, uma linha de conduta que permanecerá sempre a mesma. Ainda que ela se realize, graças aos obreiros, a grande obra e devida,em toda a sua amplitude, ao instante especifico da nossa época bendita; e embora reconheçamos que muitos espíritos eminentes tem contribuido, com sua reflexão, para a futura reforma, não nos apropriamos, absolutamente, da gloria daquilo que tal tarefa incumbe, unicamente, a nós, mas testemunhamos, pelo espírito de Cristo, nosso Salvador, que as pedras se apresentariam, se ao Seu divino plano faltassem executantes".

Esta passagem da Confessio Fraternitatis coloca-nos diante de um terrível e grandioso conflito. Sabemos que esse influxo de verdade, de luz e dignidade está muito próximo. Não penseis, aqui, em um lapso de tempo de alguns nova era, em que uma luz e uma verdade novas poderão desenvolver-se plenamente e sem entraves.Sabemos, alem disso, que um número crescente de verdadeiros pioneiros prepara-se para este grande e poderoso trabalho, ao qua1 vós também sois chamados. Ao Conselho de Deus não faltarão, jamais, executantes, portanto, sabemos que o Conselho de Deus, o desenvolvimento do plano, o vir-a-ser das coisas, prosseguira, sem interrupcão, com uma forca irresistível. Sabemos, igualmente, e devemos tomar consciência disso, que, entre esse saber positivo e sua execução, jaz a massa estúpida, os milhões de ignorantes, o rebanho.

Podereis ver isto como um grande quadro simbólico: de um lado, a luz que se aproxima; do outro, o Conselho de Deus, representado de uma forma ou de outra, como a dinâmica do giro dos séculos; e, no centro, a grande massa da corrente de vida humana, coroada por um número, relativamente restrito, de pioneiros, os executantes do Conselho de Deus. Uma triunidade cobre, assim, a corrente de vida humana: a vontade divina, Sua corrente transbordante de sabedoria e Sua atividade entre os pioneiros.
Compreendeis como esta situação e dramática! Vivemos em uma sociedade tão corrompida que não oferece nenhuma possibilidade de desenvolvimento ulterior. 0 dispositivo inteiro deve ser renovado, porém os chefes e aqueles que mantém esse aparelho não o vêem, e a maior
parte da massa esta demasiado inconsciente disso, mas a nova era se aproxima. 0 Conselho de Deus e inelutável!
Os pioneiros trabalham febrilmente. 0 novo não pode ser contrariado. 0 que vai acontecer, então? A consequência será uma terrível catástrofe. Um desastre, tal como uma tempestade que carrega tudo em sua passagem, e o mundo atual será destruído. Antes disso, os verdadeiros guias poderio tomar as rédeas nas mãos para o desenvolvimento ulterior da massa. Compreendeis a necessidade destas coisas? Há um outro caminho? O mundo e a humanidade devem ainda suspirar durante milhões de anos sob sistemas que não encerram nenhuma
possibilidade?
O esfacelamento divino é, portanto, necessário. E devemos viver tudo isso com grande seriedade; sabeis que Sodoma e Gomorra não teriam necessidade de ser destruidas, se ali houvesse um número suficiente de justos? E assim e agora. Podemos suavizar muito, suavizar imensamente o grande sofrimento que vem sobre o mundo, lançando-nos com força em nosso trabalho de pioneiros, fazendo o máximo para influenciar a humanidade e conduzi-la a verdadeira vida.
O que nos impulsiona, mas o verdadeiro desejo de servir a Deus e ao homem, com todo o nosso coração, toda a nossa alma e toda a nossa inteligência; por isso e que vos incitamos, também, a tomar o grande e santo trabalho sobre os ombros.

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Boa noite.
Crê então que uma crise,a nível mundial,se aproxima?

9 de fevereiro de 2011 às 13:52  
Blogger Ricardo disse...

Sim, no entanto tentar fazer "profecias" sobre a data não nos parece adequado, Mestre Jesus, o Cristo nos advertia que as coisas do futuro pertenciam exclusivamente ao "Pai", ou seja a Deus Inefável.

16 de março de 2011 às 19:55  

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