quinta-feira, 23 de abril de 2015

Desejos

Até agora nossos desejos tenderam a ser muito superficiais, egoístas e imediatistas. Se tivermos que querer algo, então que seja nada menos do que a completa iluminação de todos os seres. Eis aí algo digno de ser desejado. Recordarmo-nos sempre do que verdadeiramente vale a pena querer é um importante elemento da prática espiritual.
Desejo e apego não mudam da noite para o dia. O desejo, porém, torna-se menos comum à medida que redirecionamos nossos anseios mundanos para a aspiração de fazer tudo o que está ao nosso alcance para ajudar todos os seres a encontrar felicidade permanente.
Não temos que abandonar os objetos habituais dos nossos desejos — relacionamentos, riqueza, fama — mas, na medida em que contemplamos sua impermanência, ficamos menos apegados a eles. Se temos a atitude de nos regozijar com a nossa sorte quando eles aparecem e, ao mesmo tempo, reconhecermos que não irão durar, começamos a desenvolver qualidades espirituais. Cometemos, em menor número, os atos nocivos que resultam do apego e, assim, criamos menos carma negativo; geramos mais carma favorável, aumentando gradativamente as qualidade positivas da mente.

Chagdud Tulku Rinpoche (Tibet, 12 de agosto de 1930 – Brasil, 17 de novembro de 2002)

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