sexta-feira, 10 de abril de 2015

Mara - Ilusão

Para o Budismo, Mara é o oposto de Buda, ou seja, uma vez que Buda representa a iluminação, Mara é a ilusão. Isto é personificado como o demônio Mara que teria tentado impedir Siddhartha Gautama de alcançar a iluminação e também vive no interior de cada pessoa tentando mantê-la adormecida na ilusão Maya do mundo.
Os 4 maras são forças obstrutoras e criadoras de obstáculos no caminho espiritual.
São condicionamentos da mente destituídos de qualquer existência intrínseca e surgidos a partir da ignorância básica e auto-centramento.

Há duas classificações dos 4 maras: uma de acordo com o sutrayana e uma de acordo com o tantrayana.
De acordo com o sutrayana:
1. O mara dos agregados (skhandamāra em sânscrito, tib. phung po’i bdud).
Representa nossa fixação a forma, sensações, cognições, marcas de hábito e estados mentais como reais, permanentes e existentes de forma independente.
2. O mara das emoções aflitivas (kleśamāra em sânscrito, tib. nyon mongs kyi bdud).
Representa o padrão habitual de nos relacionarmos com o mundo e com nós mesmos através das emoções aflitivas tais como o orgulho, inveja, aversão e raiva, desejo e apego, ignorância, aquisitividade e assim por diante.
3. O mara senhor da morte (mṛtyumāra em sânscrito, tib. ‘chi bdag gi bdud).
Representa a morte em si como também nosso medo da mudança, impermanência e da própria morte.
4. O mara dos filhos dos deuses (devaputramāra em sânscrito, tib. lha’i bu’i bdud).
Representa a avidez pelo prazer, conforto, paz e bem estar.
De acordo com o tantrayana:
1. O mara tangível (tib. thogs bcas kyi bdud).
Representa a atração ou aversão para com fenômenos físicos, objetos tangíveis, fundada na apreensão mental errônea das coisas como sendo reais per se.
2. O mara intangível (tib. thogs med kyi bdud).
Representa a atração e aversão para com fenômenos mentais, objetos intangíveis, fundada também na ignorância da dualidade que apreende e se fixa a separatividade entre sujeito e objeto.
3. O mara da exultação (tib. dga’ brod kyi bdud).
Representa a expressão externa de prazer baseada em um auto-centramento orgulhoso e fundado em um apego a reputação e a fama ordinárias que, por sua vez, distrai a mente de sua verdadeira natureza.
4. O mara da arrogância (tib. snyems byed kyi bdud).
Representa um tipo específico de orgulho, um considerar-se especial em relação aos demais, melhor que os outros, baseado no auto-centramento e no egoísmo ilusório. Esta apreensão a um ego é a fonte de todos os outros três maras como também de todas as confusões da existência cíclica. Quando não houver mais este ego auto-centrado baseado na ignorância com respeito a verdadeira natureza de si e das coisas, não haaverão mais maras, demônios obstaculazadores ou forças obstruturas.

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