domingo, 24 de maio de 2015

O gnóstico vive em razão do que ele sabe.


Dezenas de anos antes que o conceito de Gnosis se tornasse lugar comum para muitos pesquisadores a Tradição explicava, a Gnosis dos mistérios egípcios, dos maniqueus, dos essênios, dos bogomilos, dos cátaros e dos rosacruzes do século XVII.

Ela revela a linha gnóstica do ensinamento de Hermes Trismegisto, de Buda, de Ibn Arabi, de Zoroastro, de Lao Tsé e de muitos outros ligados à Gnosis no verdadeiro sentido da palavra.

Ela incita a buscar por si mesmos o que é e o que não é Gnosis.

Na Fama Fraternitatis, um pedido premente, seu apelo direto aos buscadores, a fim de que se libertassem do cristianismo religioso desta natureza, do cristianismo histórico.

De modo magistral, ela conduz os buscadores das trevas do pensamento religioso para o interior do cristianismo primitivo.

Ela explicava o caminho do renascimento dos mistérios crísticos e gnósticos que cada um pode seguir ao imitar Jesus, o Cristo.

É preciso estender o alcance do cristianismo.

Ele não começa em Belém, porém, milhares de anos antes, e é preciso considerar a intervenção universal de Cristo num decurso de vários milhões de anos.

Uma reorientação para tentar explicar a transformação da consciência está ocorrendo.

Esse fenômeno é acompanhado de eventos extremamente
violentos e desmascaradores.

Muitos se afastam da sociedade em sua forma atual.

O bem e o mal se encontram face a face de forma cada vez
mais grotesca, e através de tudo isso uma nova era abre caminho.

Assistimos o momento em que parte da humanidade se volta contra as paredes que a aprisionam, para abrir uma passagem para fora da prisão onde se encontra presa pelo cristianismo histórico e outras religiões da mesma ordem.

Em razão das mudanças causadas pelo desenvolvimento acelerado da eletrônica, computadores, telecomunicação, internet, navegação, etc.

O homem se afunda cada vez mais na matéria. Entretanto, existe um grupo sempre crescente daqueles cuja consciência submetida às influências cósmicas faz presumir a existência de um mundo totalmente diferente.

No início é apenas uma idéia vaga, incerta, provocada pela perda dos antigos princípios, mas que faz aumentar a sede de conhecimento, de compreensão relativa à origem do homem, de certeza quanto à meta da humanidade e de informação sobre a humanidade original.

Esses buscadores querem penetrar os segredos do cosmo e descobrir as raízes da existência.

O antigo deus histórico está morrendo e o coração se volta para um novo horizonte espiritual.

Mas muitos perigos espreitam porque o poderoso impulso da renovação não pode ainda ser compreendido em toda a sua envergadura pelos homens de olhos vendados.

E eis que já aparecemos comentadores, os exegetas, que tudo sabem mas escondem o essencial, e que afastam esse impulso para levar a humanidade para uma nova prisão.

Muitos grupos e movimentos se apresentam; o Novo Testamento os chama de falsos profetas.

Eles pregam “sua” verdade e adaptam tudo a ela para poder conservá-la.

Enquanto não se voltarem para a luz das luzes, eles não podem agir de outro modo.

As sementes foram espalhadas num passado remoto e o que germinou já amadureceu nos campos da vida.

Quais serão os frutos? Como serão colhidos? A safra amadurecerá em Cristo? Que queremos dizer com as palavras “em Cristo”? O Verbo que é a vida, a luz dos homens, se apóia em três poderosos fundamentos.

A Palavra não é somente a força fundamental da criação; ela também está em todos os escritos sagrados enquanto revelação do conhecimentoue nos esclarece sobre a essência do Espírito e da Alma.

Esse conhecimento é a Gnosis, a Palavra revelada!

A Palavra, o Verbo, foi trazida à humanidade por uma multidão de mensageiros que não falavam apenas da Luz, mas que podiam também liberá-la e transmiti-la.

Como unir-se a essa comunidade?

Libertando-se da existência material e penetrando na Luz que é a Gnosis.

Ela está em cada um, “mais próxima do que mãos e pés”.

Ela nos toca sem interrupção, irradia em nós, envolve-nos e nos penetra de todos os lados.

Quem se torna consciente dela e quer viver nessa luz deve começar por dar alguns passos elementares, purificar-se, adquirir a aptidão e a capacidade de realizar a unidade entre a Alma e o Espírito.

Como alcançar esse estado de iluminação interior?

Dedicando-se a ele totalmente; harmonizando toda a vida a esse processo; libertando-se da antiga natureza material; dando antes de tudo importância à alma imortal e não ao eu mortal; renunciando à antiga natureza.

Se não for assim, tudo permanece como antes.

Continuamos a olhar as coisas pelo lado de fora.

Permanecemos quando muito crentes, ou até mesmo descrentes, mas não nos tornamos transfiguristas.

A força da Rosa é uma radiação que se dirige para o interior e para o exterior.

É um fluido perceptível, um afluxo do prana da vida.

Nessa força se manifestam a Palavra, a Vida, e a Luz dos homens.

O toque no santuário do coração representa o nascimento de Jesus na gruta purificada do coração nascimento que se tornou possível por Cristo, a luz do mundo, a luz onipresente do Espírito Santo.

A causa desses sublimes processos, que ultrapassam de longe a razão comum, é o fermento do universo, a fonte da criação: o amor divino que, ainda desconhecido, se dá a conhecer na nova alma.

Essa é, a verdadeira iluminação interior!

A iluminação interior não é de modo algum reservada aos santos e aos mestres.

Ela faz cintilar uma força luminosa do buscador da Verdade, a fim de irradiar sua consciência e de revelar-lhe uma nova dimensão,o que gera um poder de percepção totalmente diferente, uma visão interior, na qual se exprime a sabedoria divina, a Gnosis.

Essa é a Gnosis da centelha de luz no homem, da alma que vive em comunicação com a luz da Gnosis.

Essa força se eleva acima dos limites humanos e dá prioridade à vida no mundo da alma vivente.

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