sexta-feira, 29 de julho de 2011

ESCOLA NEOPLATÔNICA

"cognoscetis veritatem et veritas liberabit vos;
veritas praeponderare semper."
Esta famosa escola, que floresceu em Alexandria, não surgiu repentinamente, tendo sido precedida por um longo desenvolvimento. Amônio declarou que o movimento "datava dos tempos de Hermes, que trouxe sua sabedoria da Índia".




A filosofia neoplatônica tomou os ensinos de Pitágoras e Platão e recebeu muita inspiração das Escolas de Mistério estabelecidas na Grécia e Egito. O principal objetivo dos neoplatônicos era "reconciliar todas as religiões, seitas e nações sob um sistema comum de ética fundamentada em verdades eternas".


Os eminentes filósofos professavam que as várias fés derivavam-se da mesma fonte, a arcaica Religião Sabedoria revelada à humanidade primitiva por instrutores divinos, mas que no curso do tempo as crenças modificaram e velaram a mensagem original.


A tendência unificante dos neoplatônicos fora antecipada pelo filósofo judeu Filon, que viveu em Alexandria entre 30 a.C. e 40 d.C. Ele tentou estabelecer paralelos entre a bíblia mosaica e a filosofia platônica por meio de uma interpretação alegórica das escrituras, declarando que as narrativas do livro sagrado foram redigidas numa linguagem simbólica ocultando um significado mais profundo, que tinha que ser descoberto. Sob o fundamento de tais buscas Filon foi chamado o "Pai do Neoplatonismo".


O sistema de Alexandria foi a última efulgência da antiga sabedoria grega; sete séculos após Platão houve o florescimento da sublime filosofia. Amônio Saccas, o fundador do sistema eclético, que viveu entre 175 e 240 d.C., nasceu de pais cristãos; mas renunciou à sua religião nativa e voltou-se à filosofia pagã. Pelo fato de ter encontrado a sabedoria divina em seu próprio interior, foi chamado "Theodidaktos" ou "ensinado por Deus"; mas ele preferia o termo "Phi´alethes", ou "amante da verdade". Seus discípulos eram também conhecidos como "Filaleteus". Não deixou escritos, ensinando oralmente, e seus pupilos foram submetidos ao voto de segredo, como de costume na Escolas de Mistério. Não obstante, ele fez uma "distinta tentativa de beneficiar o mundo através do ensinamento daquelas partes da Ciência Secreta que lhe eram permitidas ser reveladas por seus guardiães diretos daqueles tempos".
E lemos também que:


"Nenhum cristão ortodoxo jamais igualou, muito menos ultrapassou, na prática das virtudes e ética cristãs, ou na beleza de sua natureza moral, a Amônio, o “pervertido” da cristandade".


Somente algumas palavras podem ser ditas aqui sobre os mais eminentes neoplatônicos.


O maior entre eles foi Plotino (205-270 d.C.), o discípulo direto de Amônio Saccas, com o qual ele permaneceu onze anos. Naqueles dias participou em uma expedição à Ásia na esperança de alcançar a Índia, mas não foi bem sucedido. Seguiu para Roma, onde despendeu o resto de sua vida ensinando e escrevendo. Seu principal trabalho, as Eneadas, incorporam suas idéias teosóficas.




Plotino combinou uma das maiores capacidades intelectuais com a profunda iluminação mística; e sua vida foi baseada na autodisciplina e purificação. Sua intensa aspiração espiritual resultou no êxtase, uma sublime condição de existência absorta na Vida Divina, o Samadhi da filosofia hindu. Seu discípulo Porfírio relata que Plotino gozou tal experiência em seis ocasiões durante sua vida. Seus ensinamentos tiveram uma duradoura e profunda influência não somente no pensamento filosófico dos séculos posteriores, mas também na teologia cristã.


Plotino desenvolveu a concepção de uma Fonte transcendente, chamada por ele de o Uno ou o Bem, e apontou o caminho para o espírito humano retornar ao Uno, o mais elevado Ser.


O discípulo mais bem conhecido de Plotino foi Porfírio (233-304 d.C.), nascido na Síria. Ele foi para Roma, atraído pela reputação de Plotino, que o introduziu ao estudo da filosofia neoplatônica. Porfírio escreveu uma biografia de Plotino, bem como uma "Vida de Pitágoras", sendo renomado por seu trabalho sobre a abstinência do alimento animal. Ele foi um forte oponente do cristianismo e um defensor do pensamento independente. Do seu trabalho Contra os Cristãos, em 15 livros, restam apenas fragmentos.


Porfírio também experimentou o "sublime êxtase, em cujo estado coisas divinas e os mistérios da natureza nos são revelados"; e ele declara que "somente através da mais alta pureza e castidade nos aproximaremos de Deus". Ele descreveu um esquema dos Planetas Divinos, chamado "A Árvore de Porfírio", análoga à árvore sefirotal da Cabala.


Seu maior pupilo foi Jâmblico (250-330 d.C.), que posteriormente estabeleceu sua própria escola na Síria. Seus escritos metafísicos estão perdidos, mas suas idéias são conhecidas devido ao seu tratado "Sobre os Mistérios Egípcios". Ele é especialmente famoso por ter praticado a Teurgia (trabalho divino) ou a Magia Sagrada. Jâmblico ensinou que existe uma faculdade da mente humana, por meio da qual
"somos capacitados a alcançar a união com inteligências superiores, sermos transportados além das cenas deste mundo, e partilhar a vida superior e poderes peculiares dos seres celestiais".



Quando a encarnação é temporária, durante misteriosos transes ou êxtases, o qual Plotino definiu como a libertação da mente de sua consciência finita, tornando-se una e identificada com o Infinito, tal sublime condição é deveras fugaz... Em casos excepcionais, contudo, o mistério torna-se completo... O indivíduo torna-se divino na plena acepção do termo, pois que seu Deus pessoal transformou-o em seu tabernáculo permanente por toda a vida, “o templo de Deus”, como afirma Paulo".
Os eruditos crêem que Jâmblico foi um espírita, um médium no sentido popular, o que é claramente falso. Ele opunha-se definidamente a tal prática, sendo os fenômenos físicos produzidos, como afirmara, por demônios perversos que enganavam os homens. Mas para exercitar a Divina Teurgia, são necessárias uma "alta moralidade e uma Alma Casta".


A "Magia", diz Jâmblico, "é uma ciência nobre e sublime, Divina e exaltada entre todas as outras". Para os filósofos antigos, a magia integrava cada ciência, física e metafísica; ela é sinônima de ocultismo, Religião-Sabedoria. Mas "A Verdadeira Magia, a teurgia de Jâmblico, é por sua vez idêntica à Gnosis de Pitágoras e com o êxtase divino dos Filaleteus".


Alguns padres cristãos foram estudantes da escola de Amônio Saccas; os mais famosos são Clemente de Alexandria, Orígenes e Sinésio, que foram instruídos também nos Mistérios Egípcios. Eles consideravam a Bíblia e a Cabala como livros secretos e velados, travestidos com roupagens alegóricas, que deveriam ser interpretadas com o objetivo de encontrar-se os significados ocultos que jazem sob os textos abertos. Aplicando este método às escrituras, eles procuraram seguir seu precursor, Filon, "o Judeu".



Clemente de Alexandria (aproximadamente 150-215 d.C.), nasceu em Atenas de pais pagãos, mas abraçou a nova fé e tornou-se "um dos mais inteligentes e ilustrados dos padres primitivos". Ele declarou que os livros mosaicos bem como os evangelhos tinham que ser lidos com a chave da simbologia e do esoterismo.


Ele salientou a necessidade do segredo para tais ensinamentos; em seu trabalho Stromata (miscelânea) ele declarou: "Os Mistérios da Fé não se destinam a serem divulgados para todos... requisita-se que se oculte em um mistério a sabedoria propalada". Embora ele tenha sido instruído profundamente na filosofia neoplatônica, decidiu voltar-se ao cristianismo.












"Clemente de Alexandria, um convertido na aparência, um ardente neoplatônico e o mesmo pagão em espírito filosoficamente, tornou-se o instrutor dos ignotos Bispos cristãos. Por assim dizer, o convertido juntou as duas mitologias externas, a velha e a nova, e enquanto dava a mistura às massas, manteve as verdades sagradas para si mesmo."










Orígenes (185-254 d.C.), um dos mais distintos pupilos de Amônio, nasceu numa família cristã, mas logo sentiu-se atraído para a elevada filosofia de Alexandria. Ele trabalhou por vinte e oito anos na cidade da família, estudando, escrevendo e ensinando. Posteriormente surgiram dificuldades com relação às autoridades da Igreja em Alexandria, o que o forçou a seguir para o Egito. Partiu para a Cesarea (Palestina), onde reuniu ao seu redor muitos discípulos. Dos muitos trabalhos que redigiu, somente alguns poucos fragmentos foram preservados; o fragmento mais bem conhecido é o panfleto Contra Celsum.
Como um "padre" do cristianismo primitivo, ele teve que contraditar o escrito de Kelsos (Celso), um neoplatônico, que atacara a fé cristã, declarando-a errônea e adaptada somente às pessoas ignorantes.
Orígenes replicou respondendo que o Cristianismo possuía dois aspectos: um ensinamento exotérico e outro esotérico, e que, devido à incapacidade das massas para compreender o sentido mais profundo das escrituras, eles poderiam ser alimentados apenas com as cascas do fruto espiritual.


As interpretações de Orígenes dos dogmas cristãos baseavam-se na mais pura Teosofia; ele compreendeu as histórias bíblicas como sendo alegorias ingênuas em sua maioria. Suas explanações filosóficas dos evangelhos, que ele considerou como transcrições das Iniciações espirituais, e sua aberta aderência ao grande princípio da reencarnação, foram julgadas "heréticas" pela igreja ortodoxa que tinha perdido o aspecto esotérico da religião. Desta forma, trezentos anos após a morte de Orígenes, seus ensinos foram condenados pelo Concílio Eclesiástico de Constantinopla, em 553, sob o reino do imperador Justiniano, quando este decreto foi promulgado:


"Aquele que mantiver a crença na doutrina mítica da preexistência da alma e a conseqüente e maravilhosa opinião de seu retorno, que seja anátema".



Dentre os discípulos de Orígenes, os mais destacados foram Longino, um homem renomado por sua vasta instrução, e Sinésio, o bispo de Ptolemïs. Este último tinha uma grande admiração por sua instrutora, Hipátia; fragmentos de suas cartas entusiásticas a esta maravilhosa sacerdotisa da filosofia foram preservados. A despeito da sua função cristã, ele foi um fervoroso neoplatônico.


Sinésio tinha Hipátia como sua tutora, e esta é causa por que o achamos a confessar com toda sinceridade suas opiniões e profissões de fé:


“O público nada mais quer do que ser enganado... E com relação a minha pessoa, portanto, serei um filósofo em meu âmago, mas devo ser um sacerdote com o povo”.









Hipátia foi instrutora na Academia de Alexandria, onde ela expôs as doutrinas de Platão e Plotino. Graças a sua erudição, sabedoria e virtude ela atraiu uma grande audiência de estudantes sensíveis, o que desagradava as autoridades cristãs.
Hipátia havia sido instruída em todos os segredos da teurgia e podia, portanto, explicar os "milagres" cristãos. Assim, foi considerada como um perigo para a expansão da igreja, e por instigação de Cirilo, bispo de Alexandria, a jovem e inocente iniciada foi cruelmente assassinada por uma turba de linchadores cristãos. (Cirilo foi posteriormente canonizado como um dos primitivos "santos" cristãos!).Com a morte de Hipátia (em 415 d.C.) chegou ao fim a escola neoplatônica de Alexandria.



"A escola neoplatônica foi bem sucedida, poderosa e próspera por um longo tempo... O sistema floresceu por alguns séculos e atraiu seguidores para as fileiras entre os mais hábeis e mais cultos dentre os homens daquele período; Hipátia, a instrutora do bispo de Sinésio, foi o ornamento da escola, até o dia quando foi assassinada..."


Após o triste evento, a filosofia alexandrina tomou seu assento em Atenas; por volta do início do quinto século, a Academia de Platão transformou-se em neoplatônica. Sua mais importante figura foi Proclo (410-485 d.C.), chamado "Diadochos" (que significa "sucessor", no caso, de Platão na liderança da Academia). Ele escreveu um grande número de trabalhos filosóficos além de tratados sobre matemática, astronomia, gramática e outros temas."Ele elaborou toda a teosofia e teurgia de seus predecessores em um sistema completo."



Ele ensinou que todas as coisas são penetradas por um princípio espiritual e que um conhecimento profundo da lei natural é a base da magia. Em seu livro Teologia de Platão, ele descreve a gradação dos Mistérios e alude à Iniciação Final, chamada Epopteia, evocada por Platão no Fedon.









A filosofia teosófica de Proclo foi a principal fonte de inspiração para Dionísio, o Areopagita, ao qual freqüentemente se refere como Pseudo-Dionísio, um neoplatônico cristão que viveu por volta do ano 500 d.C., cujos escritos tornaram-se de decisiva importância para a teologia, bem como para o pensamento e cultura européia.



O último representante do neoplatonismo e chefe da Academia ateniana foi Damascius, que escreveu muitos livros. Seu principal trabalho remanescente é intitulado Problemas e Soluções sobre o Primeiro Princípio, onde ele trata da união mística da alma humana com a Vida Divina. Damascius ainda estava em seu cargo quando o imperador Justiniano fechou a Academia em 529 d.C.


Este foi, no mundo externo, o fim da gloriosa Escola Neoplatônica; contudo, sua esplêndida mensagem sobreviveu por intermédio de canais secretos, chegando às vezes à ribalta com os defensores do livre pensamento...


"Conhecereis a Verdade, e a Verdade os libertará."



"A Verdade prevalece sempre"

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Agostinho - Maniqueus - Gnosis

Agostinho nunca foi santo. Há uma ‘piada’ sobre ele que diz que ele ‘virou santo’ de tanto que sua mãe rezou para ele não ir para o inferno. Ele virou santo porque, sendo ‘diabólico’ demais, fez sua mãe rezar a vida toda por ele. Assim se fez o santo.Também virou santo por ter abandonado a mãe e a namorada grávida.E a mãe rezava pela pobre alma do filho.

Ainda jovem agostinho interessou-se pelos ensinamentos Maniqueus. E se associou a eles no Egito.Os grupos maniqueus, seguindo o molde da escola de Pitágoras e dos Essênios, dividiam-se em três níveis. Contam os relatos que Agostinho nunca passou do primeiro nível e, dado sua ambição desenfreada que não aceitava não participar do segundo, foi convidado a se retirar do grupo.

Nessa mesma época um dos padres da Igreja Católica primitiva o convidou para exercer um alto cargo nessa instituição. O preço a pagar, relevar o que sabia sobre os maniqueus e escrever contra eles. Foi o que Agostinho fez. Sua ambição gratificou-se com o convite de exercer um ‘alto cargo’. Assim, ele aceitou. E passou a ser um dos combatentes aos gnósticos de mani.

Mani foi um preservador da tradição gnóstica. Com a morte de Mestre Jesus, o Cristo, os discípulos se separaram em dois grupos, e fugiram. Um, como bem sabemos, o maior, seguiu para o Egito (onde escolas gnósticas floresceram nas décadas seguintes), seguindo depois para o porto de Marselha, na França. Tal é o motivo de Maria Madalena ser tão venerada na França, e Tiago ter seu famoso ‘caminho’. Tal é o motivo das historias britânicas estarem estritamente relacionadas a José de Arimatéia e assim por diante.

Do outro lado temos o grupo de Tomé, Simão o Mago, Matheus... que sobe para as regiões da Síria, onde pequenos núcleos de buscadores da gnosis serão formados. Décadas depois a Síria estará entre as regiões visitadas por Apolônio de Tyana e o gnóstico Paulo.

Aliás, a Síria sempre foi objeto de grande interesse espiritual, séculos depois é para a Síria que os Templários se dirigem em busca dos Mistérios, e é igualmente para a Síria que Christian Rosenkrantz, o pseudônimo do fundador dos Rosacruzes, se dirige, e lá encontra o seu ‘livro secreto’, e um ‘augusta fraternidade’.
Coincidência ou não, é impossível ignorar a importância dessa região, algo, sem dúvida, devia haver lá.Então, esse segundo grupo de discípulos se dirige para lá. Há relatos que sugerem que Tomé teria passado um tempo lá e retornado para a Índia (como indica o Hino da Perola, que é simbólico, mas usa de base a historia de um príncipe que veio do Oriente). Curiosamente esse ‘Hino da Pérola’ (Ou ‘Hino da veste de glória’) vai ser divulgado a partir de escolas na Síria.

Entre a ‘coleção’ de textos divulgados pela escola da Síria, está o dito Hino, e também os escritos de Tomé, cópias do Evangelho de Tomé se preservaram graças a esses gnósticos antigos.Além do Evangelho de Tomé, temos o ‘Livro de Tomé’ redigido por Matheus enquanto Jesus conversava com Tomé, segundo consta o próprio livro. Esses textos são divulgados mais tarde principalmente por um gnóstico chamado Bardesanes, na Síria. Bardesanes não é nada menos que o avô de Mani.

Portanto é nesse contexto gnóstico de Hinos da veste de glória e Evangelho de Tomé que Mani, o Profeta da Luz, é educado. Mani, jovem e inspirado, ignorou ingenuamente o perigo que vinha do oeste e ensinou abertamente; logo, os atentos olhos da oposição, a Igreja que se formava em Roma, viram em Mani um problema. Assim o maniqueísmo passou a ser combatido. Seu ensinamento profundo e espiritual atraia muitas pessoas, como o fez com Agostinho. Com isso, a Igreja viu em Agostinho a possibilidade de um crítico que esteve entre os maniqueus.


Mas o que ensinam esses maniqueus que rejeitaram a ânsia por poder de Agostinho e foram tão perseguidos? Ensinam:

• A fonte do Bem está na 'região da Luz'.

• O Rei da Luz é a Árvore da Vida. Eu assimilei a Lei da Luz. Eu sou Mani, o Apóstolo de Jesus, o Amigo da Luz.

• A Mente-Luz (Cristo) é o que desperta aqueles que dormem.




• No homem em quem a Mente-Luz está, sua é a Sabedoria.

• A Mente-Luz (a Mente Iluminada) é o Sol dos corações, a Senda dos que buscam, o Pórtico dos tesouros da Vida.

• Bem-aventurado é aquele que foi iniciado nesta Gnosis Divina.

• Eu encontrei a Terra da Luz. Eu fiz meu caminho para a Cidade dos Deuses.

• Eu tornei minha alma limpa – sou um servo de Deus [eu sou um Nazareno].

• Vocês são filhos do Dia e filhos da Luz. Jesus tem me auxiliado e ele poderá auxiliar vocês. Ele poderá dar-nos sua Compaixão.

• De tempos em tempos a Sabedoria envia os Mensageiros de Deus. Em idades após idades estes Mensageiros têm sido enviados pelo eterno rei da Luz [Zrwan]: Seth, Zoroastro, Buddha, Christos. As primitivas religiões foram verdadeiras enquanto puros líderes estavam nelas.

• A presente revelação, esta profecia desta última idade, veio para a Babilônia através de mim, Mani, para as outras escolas e para as outras heresias. Para cada uma delas eu mostrei que a sua própria sabedoria e suas escrituras é a verdade a qual eu desvelei e mostrei ao mundo.

• Há duas fontes do que vem à existência: Deus e a Matéria, Luz e a Escuridão, Bem e o Mal. A Luz é a árvore que dá bons frutos. A Matéria é uma árvore que dá maus frutos.

• Cristo é o Pai de todos os Mensageiros, é o Terapeuta das Almas – sua medicina são os seus preceitos.

• Meus pensamentos buscam teus segredos, minha intuição aspira os teus Misterios. Ó Senda da Verdade, vista-me em tua veste.

• Meu Senhor tinha indicado o grau dos Perfeitos e separou-os daqueles que estão no mundo. Ele deve tornar-se puro, ser frugal na dieta (não poluir com carne e sangue), jejuar.

Mestre Jesus, o Cristo proclamou um código de ética, fragmentos de textos de Mani sim, Mani era um verdadeiro gnóstico. O “Santo” Agostinho, um traidor.

Que mal há em ensinamento tão belo?

O mal de que, aos olhos da Igreja, nega a necessidade de intermediários para se alcançar o reino dos céus, e assim inutiliza a instituição Romana.

O mal de um ensinamento que considera “Seth, Zoroastro, Buddha, Christos” irmãos em sabedoria.

O mal de continuar o ensinamento gnóstico de que o deus criador da matéria é apenas o demiurgo, um ‘deus’ arrogante. E não a luz celeste, que está muito além. Na Unidade invisível e inefável.

Assim, Agostinho cumpriu sua função, e os combateu.Enquanto isso outra batalha era travada. Agostinho escrevia tratados e tratados sobre o que é deus, seus atributos e qualidades (como se alguém pudesse definir a “natureza de deus”). Paginas e páginas de deus é isso, deus é aquilo. A teologia afirmativa. A teologia dogmática.

Em contrapartida temos os neoplatônicos. Almas gnósticas que se revestiram de ‘filósofos’ pois aos olhos da igreja os filósofos não seriam atacados. Assim, Proclo, Pseudo Dionísio, Plotino... ensinavam gnosticismo revestido de linguagem platônica. (bem, não era Platão um iniciado?)

Em contrapartida temos os curtos e profundos tratados desses neoplatônicos que ensinam que Deus não pode ser conceituado, apenas vivenciado, que ensinam tudo que deus ‘não é’, e não seus atributos e qualidades. (por isso foram chamados de teólogos negativos, por ensinarem o que não é deus, e deus não é conceituação)


Deixemos Plotino¹ e Jâmblico² ensinar:

“O Uno é todas as coisas e nenhuma delas.A Unidade é uma fonte sem origem.Nos planos sutis cada ser constitui uma parte do Todo. Retira-te em ti mesmo e contempla. A contemplação é o fim da ação. Jamais olho algum contemplará o Sol sem tornar-se semelhante ao Sol, nem alma alguma verá a Beleza sem ser bela. Que todo ser se torne divino e belo se quer contemplar o Uno e a Beleza.A beleza da alma é a virtude.Há uma beleza de ordem superior, não visível aos olhos corporais, mas somente manifesta através dos olhos superiores da alma. Sem um despertar da letargia natural não é possível para alguém aplicar-se aos belos e nobres estudos, nem aprender o mais elevado.


É necessário uma preparação: reflexão sobre as virtudes (elas despertam nosso desejo para o bem). E também o uso de máximas (penetrar no seu conteúdo).Sabedoria é diferente de conhecimento. A Sabedoria ultrapassa o intelecto (através da intuição contempla).



A Sabedoria faz com que a Verdade seja inteligível. O intelecto usa a razão e o conhecimento discursivo. Tudo o que existe procede da Causa primeira. Todo o múltiplo participa de alguma maneira da Unidade. O Bem é idêntico ao Uno. Quão diferente isto era dos tratados e tratados de Agostinho. E seus ataques aos gnósticos.








Pelágius³, um outro gnóstico (se pudermos chamar assim) também foi extremamente prejudicado por Agostinho. Este é Pelagius, um cristão-celta. Um cristão que havia bebido dos ensinamentos que chegaram à Bretanha com os outros discípulos. Pelágius ensinava que não havia pecado original (idéia muito recorrente naquele ‘início de Idade Média).


Que Adão e Eva eram símbolos de como a humanidade ganhou a liberdade comendo da arvore da Gnosis. Pelágius enfatizava o livre arbítrio. Até poderia se dizer por influência da cultura celta que misturou-se com os primeiros gnósticos que lá chegaram. Essa tradição que enfatiza muito a questão do livre arbítrio e vê homens e mulheres como iguais.


Pelagius ensina e admira o cristianismo, mas diz que não só os cristãos são bons pois; " Se só os cristãos fossem bons, Deus não o seria, pois estaria negando ao resto da humanidade a liberdade de escolher o que é bom. Encontramos muitos pagãos bons e virtuosos.”Que pecado eram as palavras de Pelágius ao ver da Igreja de Roma!E a coisa só piorava. Pelágius era um homem extremamente culto, falava o grego e o latim, e viajava muito. Por um tempo estabeleceu-se em Roma, na mesma época em que Agostinho estava lá.

E para a tristeza de Agostinho, o ensinamento acessível e compreensível de Pelagius atraia mais estudantes do que as ‘teologias’ de Agostinho. Pelagius tinha se tornado mais popular que o próprio Agostinho. E isso não poderia passar em branco.Pelagius foi duramente perseguido e combatido por suas ideias nao se enquadrarem nos dogmas.Pelagius retorna à Gales, e, curiosiamente outro Agostinho, uns 200 anos depois, foi enviado pelo papa Gregório para a Bretanha com a missão de ‘converter os pagãos da Bretanha’. (e provavelmente destruir o cristianismo-celta e os resquicios da doutrina pelagiana)
Mal sabiam os católicos (ou não queriam saber) que a Bretanha já era cristã muito antes das regiões da Ásia e Roma serem cristãs.Pois os discípulos do Mestre Jesus, o Cristo ali haviam desembarcado com seu ensinamento gnóstico. Essa história de ‘o cristianismo chegou na Bretanha com Agostinho’ é história ‘para inglês ver’. Agostinho (o outro) chegou à Bretanha para destruir o cristianismo celta. Para destruir o cristianismo gnóstico. E parece que essa destruição foi levada bem a sério. Agostinho se uniu a um rei Saxão do sul da ilha e passou a influenciá-lo fortemente. Assim, a pedido de Agostinho, o mosteiro de Bagor, de monges cristãos-celtas, no norte de Gales, foi totalmente destruído, seus mais de 2 mil monges assassinados.Esse era o cristianismo chegando à Ilha da Bretanha.
O cristianismo que condenava as mulheres daquela região, tão acostumadas a viverem em igualdade e exercerem sacerdócio também, à uma vida submissa.O cristianismo dogmático de Agostinho (o primeiro) chegava ao refúgio celta dos primeiros gnósticos.Nas palavras de uma historiadora: “Há uma tradição em Gales que afirma que nos primeiros anos do séc I d.c. chegaram lá certos refugiados da Judéia.Esses refugiados foram recebidos por Arviragus (Caracatus), rei dos Bretões do Oeste e dos Silures. Eles foram temporariamente instalados em um colégio druídico. Arviragus lhes doou terras para construírem suas ‘eclésias’.
Não é necessário discorrer sobre a presença cristã pré-agostinho naquela região. As evidências são inúmeras. Assim, termino com exemplos do ensinamento de Pelagius (esse “herético”), para que possam novamente comparar e ver o que esse ‘santo’ agostinho combateu:"Pelagianismo".
Deus implantou em cada um a capacidade de atingir o mais elevado nível de virtude.Temos a capacidade de não agirmos compulsoriamente, nem de sermos levados pelos nossos desejos e quereres imediatos como são os animais.
Gostaríamos de ter apenas boas e amáveis emoções em nossos corações, e que os desejos maus fossem banidos, que tivéssemos as retas palavras sempre em nossos lábios e nunca pronunciar palavras maledicentes ou rudes. Que agíssemos sempre gentilmente e generosamente, nunca maltratando os outros.Mas se nossas emoções fossem sempre boas, palavras sempre corretas, ações sempre gentis, então nunca poderíamos aprender a diferença entre o bem e o mal.
Portanto, agradeçamos a deus que nos deu a capacidade de agir erroneamente e por essa razão deu-nos a liberdade de escolher o reto.Vamos inspecionar a nós mesmos com cuidado, observando nossas emoções que agitam nossos corações e os pensamentos que correm em nossas mentes.Vamos aprender a bondade do coração do próprio coração e a bondade da mente dela própria. A consciência é uma santidade natural. É o juiz das ações e segue a lei interior escrita por Deus na alma.
A história (alegórica) de Adão e Eva é na verdade a história de como a raça humana ganhou sua liberdade: por comer o fruto da arvore do conhecimento, Adão e Eva tornaram-se seres humanos maduros e responsáveis por suas ações.
A sociedade humana é como uma teia de aranha. Se você puxa um pequeno fio da teia, o formato de toda ela muda. Se más ações cessarem, o coração e a alma mudarão eventualmente. A pessoa não mais terá pensamentos nem emoções ruins, e ao contrario, sentirá amor e compaixão para com os outros.
Quando seguimos os passos de Cristo, o caminho vai se tornando difícil e irregular. No começo alcançamos muitas virtudes que são fáceis para nós, mas depois devemos obter outras que são muito mais difíceis. Seremos tentados a retroceder, mas isso significaria darmos as costas para Cristo.Uma vez começado o caminho, devemos continuar até atingirmos o fim que é o paraíso.
Não é preciso muito para ver que a santidade está entre aqueles combatidos por esse falso santo.

Que belos ensinamentos os de mani, dos neoplatônicos e de Pelagius!!! Seu ‘defeito’ , serem semelhantes aos ensinamentos dos primitivos gnósticos.
E Simão o Mago, o discípulo de Jesus mais odiado pela Igreja (que criou histórias para desqualificá-lo) era chamado por ela própria de “Pai dos Gnósticos”.E a discípula que a igreja fez tanto esforço em queimar, Madalena, era uma das mais admiradas e respeitadas nos círculos gnósticos.
Enquanto isso Temos esse “Santo” que virou santo de tanto a mãe rezar para ele não queimar no inferno (que coisas horríveis deve ter feito!) Que traiu os maniqueus por questões de orgulho e poder. Que escreveu inúmeras páginas sobre o que é Deus (como se ele fosse capaz de dizer), destruindo a contemplação mistica. Que causou indiretamente a morte de milhares de monges cristão-celtas e a ruína do cristianismo gnóstico na Bretanha.
Muitas palavras de Agostinho são belas, mas há coisas mais belas para se ler. O ‘santo’ Agostinho tem em suas costas o titulo de traidor...
1) - Plotino, (205- 270), Natural de Licopólis, Egito, foi discípulo de Amônio Sacas por 11 anos e mestre de Porfírio, que nos legou seus ensinamentos em seis livros de nove capítulos cada chamados de As Enéadas.
2) - Jâmblico, nasceu em Cálcia, na Síria, em meados do século III. Estudou a magia dos caldeus, a filosofia de Pitágoras, de Platão, de Aristótelese de Plotino.Ao tomar contato com o Neoplatonismo, viajou para Roma para estudar com Porfírio.
3) Pélagius, monge bretão, 350- 423. Nasceu na Grã-Bretanha. Estabeleceu-se em Roma por volta de 405, depois viajou para África do Norte, continuou a viagem até a Palestina e escreveu dois livros sobre o pecado, o livre-arbítrio e a graça, Da natureza e Do livre-arbítrio