sexta-feira, 18 de agosto de 2017

COMPAIXÃO SELETIVA



“Ouviste o que foi dito: olho por olho e dente por dente (A lei de Talião). Eu porém vos digo: não resistais ao mal. Antes, àquele que te fere na face direita, oferece-lhe também a esquerda. E àquele que quer pleitear contigo para tomar-te a túnica, deixa-lhe também a veste. E se alguém te obrigar a andar uma milha, caminha com ele duas. Dá ao que te pede e não voltes às costas ao que te pede emprestado”. Mestre Jesus, o Cristo
Não resistir ao mal, não retaliar é a atitude correta para quem busca a paz e a harmonia que levam a iluminação.
Essa mesma instrução foi dada pelo Senhor Buda "o ódio não cessa com o ódio. O ódio só cessa com amor" e “Cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem.”.
Mestre Jesus disse: “Amai os vossos inimigos e orai por eles”. Ele deixa subentendido que aqueles que nos perseguem estão fazendo isso porque desconhecem a operação da lei de causa e efeito.
Por isso, o discípulo é instruído, em primeiro lugar a não revidar e não odiar, mas também, a compreender o seu comportamento insensato e orar para que ele possa mudar.
Esse realmente é um estado muito elevado de consciência.
Todos nós sabemos que esta instrução é de muito difícil aplicação.
Quem não sabe que quando nos insultam a nossa primeira reação é de responder à altura?
Quando nos agridem, normalmente a nossa primeira atitude é de revidar.
Porém, que a verdadeira atitude espiritual é de não resistir ao mal.
Em nossa história moderna temos os exemplos de Mahatma Ghandi, na Índia, e Martin Luther King, nos Estados Unidos, que lideraram grandes movimentos populares, com base nesse preceito de resistência pacífica, conseguindo importantes mudanças, vencendo injustiças sociais em seu tempo.
E a razão para esta orientação é que tudo o que acontece na nossa vida é o resultado da grande lei de Causa e Efeito.
Por isso, devemos entender que nenhum homem é, na verdade, nosso inimigo.
Todos os homens que caracterizamos como amigos e inimigos, são nossos instrutores.
Alguns nos instruem de maneira agradável, outros, de forma bem mais desagradável.
Mas esses também, os que agem de forma agressiva para conosco, são agentes do carma.
Na verdade nada ocorre por acaso.
Portanto, a maneira sábia para um discípulo terminar um ciclo de agressão é não revidando o mal com o mal.
O homem comum, quando se sente agredido, fica enfurecido e revida, e com isso sofre duplamente.
Primeiro porque recebeu o que lhe era devido em virtude de um débito cármico anterior mas, ao receber a quitação, revida e cria um novo débito cármico e, com isso, continua preso à roda do samsara, como dizemos no budismo, continua prisioneiro do carma.
Somente através de não retaliação é que se quebra essa roda aparentemente sem fim, que é a prisão em que o homem vive no samsara.