quarta-feira, 25 de março de 2020

Cozinha, sala de meditação

Senhor Buda, quando estou cozinhando para a Sangha ou minha família, eu posso praticar a atenção plena e a cozinha se torna minha sala de meditação.
Quando eu coloco a água numa bacia para lavar os vegetais, eu olho profundamente na água para ver sua maravilhosa natureza.
Eu vejo que a água vem do alto das montanhas ou do interior da terra diretamente para minha cozinha.
Eu sei que há lugares na Terra onde existe a escassez de água e as pessoas têm que andar quilômetros para buscá-la.
Aqui, a água está disponível assim que eu abro a torneira.
Se a água falta por algumas horas, eu sinto imediatamente sua falta.
Consciente da preciosidade da água limpa, eu valorizo a água que está disponível pra mim.
Eu também valorizo a eletricidade que uso para acender a luz e ferver uma jarra de água.
Eu apenas preciso estar consciente da existência de água e eletricidade que está facilmente disponível para mim, e fico feliz imediatamente.
Quando estou descascando os vegetais ou cozinhando eles, eu posso fazê-lo com atenção plena e com amor.
Eu sei que trabalhando com atenção plena e amor, eu saberei como manter minha energia e não ficarei cansado.
Quando vejo o ato de cozinhar como meio de oferecer nutrição e cuidado para minha família e amigos, eu facilmente encontrarei alegria e paz no que estarei fazendo.
Olhando profundamente para o tomate, a cenoura ou um pedaço de tofu, eu posso ver a natureza maravilhosa dessas coisas, como eles foram nutridos pelo solo, pelo sol, pela chuva, desde que era uma semente.
Quando eu faço um chá, eu olho profundamente para ver as colinas de plantas de chá nas montanhas do norte do Vietnam ou as colinas enevoadas na India.
Trabalhando em silêncio com meus amigos e família, nós cozinhamos a refeição com atenção plena, amor e alegria.
Na cozinha há um altar para o Bodhisattva da cozinha, e quando começamos a cozinhar nós podemos acender um incenso e continuar a prática de cozinhar numa dimensão espiritual.
Consagrado Buda, eu devo organizar minha vida e devo ter tempo e energia suficiente para cozinhar de um modo vagaroso e pacífico.
Eu prometo que não falarei com irritação nem de modo desagradável na cozinha.
Eu estou consciente que a energia do amor e da harmonia na cozinha diretamente penetra no alimento que estou cozinhando e que oferecerei para meus entes queridos.
Tocando a Terra
Eu toco a terra três vezes antes de invocar o Bodhisattva da cozinha, pedindo ao Bodhisattva para ser testemunha da minha pratica de cozinhar com atenção consciente.
Thich Nhat Hanh
Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar destes ensinamentos.

Amor

Não ame pela beleza, 
pois um dia ela acaba. 
Não ame por admiração, 
pois um dia você se decepciona. 
Ame apenas, 
pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.

Karma não é Destino.

Você não pode negar sua herança kármica, disse o último Traleg Rinpoche, mas isso não significa que não pode mudar.
As críticas ao conceito de karma frequentemente são centradas na noção de responsabilidade individual e sugerem que essa noção gera uma atitude de antipatia em relação aos outros e leva a uma tendência à culpa.

O pobre é culpado por ser pobre, e assim por diante. Diz-se, erroneamente, que o budismo culpa os indivíduos por todas as suas circunstâncias e nega-lhes o poder de ação.
Se somos pobres, por exemplo, podemos acreditar, de imediato, que ficaremos assim até acabarem as dívidas cármicas; e então, depois da morte, podemos renascer em circunstâncias afortunadas, quem sabe, nos tornando um rico empreendedor.
Entretanto, este tipo de pensamento não combina com a ênfase do budismo na interconectividade de tudo, que confirma a abundante complexidade de influências sobre as pessoas, incluindo seu ambiente.
Certamente o budismo contem a ideia de um acúmulo de karma, impressões, disposições, probabilidades ao longo de nossa vida, padrões de comportamento adquiridos, etc.
Mesmo assim, isso não quer dizer que simplesmente esperamos por um karma particular impresso ou dívidas ou heranças que evaporam ou desaparecem, antes que alguma coisa possa ser feita.
A teoria kármica do budismo não é semelhante ao fatalismo ou predeterminação.
Nós temos poder de escolha (livre arbítrio) em nossas ações.
Se não tivéssemos, então a teoria kármica poderia verdadeiramente produzir julgamentos e atitudes moralistas, e os ensinamentos do Buda seriam muito menos inspiradores e muito menos efetivos.
A teoria kármica não tem se fixado em particularidades como essa e não está ligada a uma ordem moral estática. Evidentemente que um elemento de determinismo está envolvido e isso deve ser aceito.
Nós somos quem somos por causas de nossa herança kármica.
Poderíamos não ser como nós somos sem essa herança, mas isto não significa que temos que permanecer assim.
O ponto em questão é que a teoria kármica nos encoraja a pensar: “Eu posso me transformar na pessoa que eu quero ser e não insistir naquilo que já sou”.
Esta seria uma compreensão adequada da teoria budista de karma

Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar.

Nyingma རྙིང་ མ antiga escola de budismo tibetano

Nyingma རྙིང་ མ་, ou antiga escola de budismo tibetano, é o nome dado aos seguidores dessa tradições original dos ensinamentos do Buda em tibetano que foram realizadas até a Tempo do tradutor indiano Smrtijñanakirti no final do século X.
Nyingma literalmente significa "antiga". Foi a primeira escola do budismo a se desenvolver no Tibet por volta do século VII/VIII DC, através do mestre Padmasambhava པདྨཱ་ཀ་ར་, པདྨ་འབྱུང་གནས་, conhecido como Guru Rinpoche, conhecidos como "Escola da Tradição Antiga", Ngagyur Nyingma, distinguindo-os das "Escolas Novas", Sarma , como o Kadam , Kagyü , Sakya e eventualmente Geluk ,
Central para a tradição Nyingma é a figura extraordinária de Padmasambhava , པདྨཱ་ཀ་ར་, པདྨ་འབྱུང་གནས་ Guru Rinpoche , o grande guru que introduziu o budismo no Tibet no século VIII.
Convidado pelo rei Trisong Detsen sob o conselho do grande Khenpo indiano Shantarakshita , Padmasambhava disse ter ficado no Tibet por mais de meio século.
Diz-se que ele é o segundo Buda porque o próprio Siddhartha Gautama havia previsto que um segundo iluminado viria para completar e expandir os ensinamentos Vajrayana que ele havia dado de forma muito restrita.
De qualquer forma, os ensinamentos de Guru Rinpoche པདྨཱ་ཀ་ར་, པདྨ་འབྱུང་གནས་ realmente completam e expandem os de Buda Shakyamuni, em nenhum momento havendo contradição.
Desta forma Guru Rinpoche པདྨཱ་ཀ་ར་, པདྨ་འབྱུང་གནས་ é visto como o próprio Buda nas tradições do budismo tibetano, especialmente na escola Nyingma. Ele desenvolveu inúmeros métodos de remoção de obstáculos, alguns transmitidos na sua época, outros escondidos (Termas གཏེར་མ། ) para que no futuro pudessem ser usados pelos seres que tivessem a conexão apropriada com ele.
E, assim, a partir dos anos e séculos, inúmeros tesouros (Termas གཏེར་མ། como são chamados os ensinamentos e práticas deixados por Guru Rinpoche པདྨཱ་ཀ་ར་, པདྨ་འབྱུང་གནས་) foram sendo descobertos e utilizados .
Especialmente na nossa época, onde estamos tão vulneráveis a emoções perturbadoras e destrutivas, seus métodos são extremamente importantes e úteis.
Seus tesouros conduzem o praticante desde à remoção de obstáculos em sua vida até à iluminação total, onde ele então será plenamente capaz de beneficiar todos os seres e também conduzi-los à iluminação.
Devido a essa linhagem de transmissão, o relacionamento com um mestre espiritual é de extrema importância.
Nas tradições tibetanas, o mestre é o Lama e confiar e seguir seus ensinamentos é fundamental.
É dito que é raríssimo se alcançar a iluminação sem o relacionamento com um mestre, o Lama.
Sem esse relacionamento, é muito comum o aluno se perder em meio a confusão de suas emoções, ideias e conceitos, ficando ainda mais perdido na roda do samsara.
Desta maneira, sem as bençãos da transmissão de um Lama devidamente realizado, não devemos estudar profundamente os ensinamentos desta linhagem, sendo o ideal se procurar um mestre qualificado que possa transmiti-los.
Os ensinamentos de Nyingma são divididos em Ring gyü e Nyé gyü de Terma.
Particular para a escola Nyingma é a divisão dos ensinamentos em nove 'yanas' ou veículos.
Os tantras especiais dos Nyingmapas são os três tantras internos de Mahayoga , Anuyoga e Atiyoga ou Dzogchen .
Alguns deles aparecem no Kangyur , a "Palavra de Buda", mas há uma coleção separada, o Nyingma Gyübum , "Tantras Collected of the Nyingmapas".
O Chefe Supremo da Nyingmapa é uma posição que foi estabelecida, principalmente para fins administrativos, apenas no exílio na Índia.
No Tibet, ninguém serviu de chefe desta escola.
Primeiro, este título foi dado por Sua Santidade o XIV Dalai Lama a Sua Santidade Dudjom Rinpoche . Em seguida, passou para Sua Santidade Dilgo Khyentse Rinpoche.
No Brasil, tivemos a oportunidade de receber estes ensinamentos aqui no continente sul-americano uma base para práticas, retiros e transmissões.
Os ensinamentos de Guru Rinpoche པདྨཱ་ཀ་ར་, པདྨ་འབྱུང་གནས་ chegaram até nós principalmente através da imigração do Lama tibetano Chagdud Tulku Rinpoche, que se exilou do seu país natal, o Tibet, juntamente com milhares de tibetanos e o próprio Dalai Lama, após a invasão e ocupação comunista chinesa em 1950-51.
Para milhões de praticantes ao longo dos séculos, Padmasambhava continua a ser a fonte de sua realização, e a inspiração que inspira vida no coração da prática.
Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar.

Budismo Tibetano

O caminho essencial de todos os veículos ilimitados do Dharma, alguns dos quais brevemente descritos aqui, é desenvolver a renúncia aos sofrimentos do samsara. A base para essa renúncia é seguir o código de conduta agrupado em qualquer um dos sete conjuntos de votos da auto-liberação [sânsc. pratimoksha].

O Renascimento Humano Precioso e a Impermanência

Medite sobre as dificuldades de receber um renascimento humano precioso e sobre se esta condição excelente de tempo livre continuará. Pense sobre o quão difícil será obter no futuro uma outra forma humana. Bem agora, nós a temos e nosso renascimento tem tanto significado que é tão preciosa quanto uma jóia que realiza desejos. Mas esta vida não durará. É incerto se morreremos velhos, jovens ou com meia idade. As circunstâncias e condições para a morte são muitas, mas as condições para manter a vida são poucas.

Os dias, os meses e as quatro estações, os amigos, os parentes e os inimigos, e assim por diante, tudo muda e termina. Pensando de novo e de novo sobre todas estas mudanças, por favor se lembre da impermanência.

Karma

Você não deveria pensar que após a morte apenas se dissolverá no meio do espaço. Nem deveria pensar que os humanos necessariamente renascem como humanos, ou os cavalos como cavalos. Todos os seres sencientes são levados por suas ações [sânsc. karma] em muitos lugares e formas diferentes nas quais se pode renascer na existência cíclica: em reinos altos ou baixos; com prazeres grandes ou pequenos; com propriedade e poder [ou não]; com um corpo bom ou ruim. Neste samsara há muitos karmas e resultados diferentes. Todas estas várias aparências e aspectos da existência surgem devido aos diferentes atos de virtude, não-virtude ou de alguma combinação dos dois. Estes atos pode ser condensados nas dez ações virtuosas ou não-virtuosas. O resultado das ações virtuosas e não-virtuosas amadurece de quatro modos diferentes:

Como o resultado amadurecido;

Como uma experiência de acordo com a causa;

Como uma atividade de acordo com a causa; e

Como o resultado ambiental [pessoal ou coletivo].

Ações virtuosas amadurecem apenas em seus próprios resultados específicos.

Se você não tiver feito a ação [karma], não poderá encontrar seu resultado, mas os resultados de todas as ações que você fez durante o tempo não desaparecerão por si mesmos. É certo que o resultado virá e que ele virá para aquele que criou o karma.

Todos os fenômenos vistos em sua experiência são o resultado do karma. Você pode experienciar o resultado de suas ações kármicas durante a mesma vida, na próxima vida ou em qualquer vida após esta. Há resultados kármicos que estão certos de amadurecer e outros que são incertos. Por favor consulte os Sutras e seus Comentários para explicações mais detalhadas de todos os vários aspectos da ação [karma] e de seus resultados. A prática de adotar e rejeitar as causas e resultados [apropriados ou desapropriados, respectivamente] é o coração do Buddhadharma, e as Quatro Nobres Verdades e a Lei da Originação Interdependente são os pontos essenciais e profundos do Dharma.

Existência Cíclica e Sofrimento

Através da força do karma, as seis classes de seres sencientes vagam, perdidos através dos três reinos superiores e dos três reinos superiores.

Nas Três Esferas da Existência, não há qualquer coisa, nem mesmo um átomo, que não sejam condicionados e, como resultado, o sofrimento do sofrimento, o sofrimento da mudança e o sofrimento que permeia a existência condicionada atormentam os seres renascidos aqui. Em particular, cada reino é afligido com sofrimentos específicos.

Ações não-virtuosas resultam em sofrimentos, enquanto as ações virtuosas maculadas causam renascimento nos reinos superiores se especialmente na Concentração Mundana sem oscilar, que o leva para os reinos mais altos, os Reinos Sem Forma. Mas até mesmo estes seres, que estão nesses estados altos, devem renascer de novo porque não abandonaram a ignorância [a raiz do samsara]. Eles cairão nos estados inferiores em seus próximo renascimento. Isto é assim porque permanecer nesta existência cíclica é como permanecer em um fogo, ou em um ninho de cobras venenosas. Não deseje ou rogue por felicidade samsárica. Ao invés disso, por favor desenvolva uma renúncia sonora às causas do sofrimento, sempre desejando ser livre do ciclo de renascimentos.

O Mestre Espiritual

A raiz da entrada no caminho para o nirvana é o mestre espiritual. Permaneça próximo dele e confie nele. Escolha um mestre que tenha se domado ouvindo muitos ensinamentos. Ele deveria ser hábil na prática da lei do caminho [tib. tsültrim / tsul trim, disciplina ou moralidade] e na bodhichitta, deveria ter uma visão pura da realidade e ter grande compaixão. Dele deveria ter a habilidade de cortar as dúvidas dos outros. Então, depois de receber a iniciação e o samaya tântrico [votos e compromissos sagrados] deste lama, você deveria fazer o que ele diz.

Conforme sua fé e devoção aumentam, boas qualidades serão realizadas. Portanto, permaneça próximo de um lama excelente, estimando a oportunidade de servi-lo.

A fala e os conselhos do lama são o mesmo que o néctar da imortalidade. Quando mais você tiver ouvido, nenhum [de seus conselhos] deveria ser visto em vão. Então, sem abandonar qualquer um deles, adote-os em sua própria prática. Pense e medite sobre seus conselhos porque nenhum benefício virão de simplesmente ouvi-lo, assim como a água não pode saciar sua sede a menos que você a beba. Por esta razão, você deveria permanecer em um lugar isolado e recluso.

O Refúgio

Tomar refúgio é o fundamento do caminho e de todos os votos. Ele distingue os buddhistas dos não-buddhistas, fornecendo-nos a proteção de todos os deuses e humanos. Ele nos faz atingir a acumulação de todas as coisas boas e auspiciosas nesta vida e nas futuras. Deveríamos depositar nossas mentes com as Três Jóias do refúgio: Buddha, o professor; Dharma, o protetor; e Sangha, o libertador.

Quando tomar refúgio, não se iluda simplesmente falando enfaticamente as palavras, mas sim desenvolva uma confiança real nos objetos de refúgio.

Então, cuidadosamente guarde todos os compromissos do refúgio.

A Bodhichitta

A prática principal do Mahayana é a bodhichitta, que é a essência do leite batido do Dharma sagrada. Se não há bodhichitta, a sua prática, seja ela do Sutra ou do Tantra, será "sem essência" como uma bananeira. Não apenas isso, você também deveria lembrar que, onde quer que o espaço permeie, há seres sencientes [que estão procurando pela felicidade]. Os próprios renascimentos, tomados seqüencialmente, são sem início, e então teremos renascido por incontáveis vezes. Cada ser senciente foi nossa mãe e pai inumeráveis vezes, e assim, a quantidade de benefício que recebemos deles é inconcebível. Portanto, deveríamos meditar sobre o amor e sobre a grande compaixão para todos os seres senciente: inimigos, amigos, parentes e estranhos. Desenvolva o equilíbrio que é livre de manter alguns próximos, com desejos, e outros distantes com, raiva. Pensando com um bom coração sobre os benefícios dos outros, você deveria usar seu corpo, fala e mente para praticar a virtude e sempre fazer preces especiais e nobres.

Sua Santidade Jamyang Khyentse Chökyi Lodrö རྫོང་གསར་མཁྱེན་བརྩ་ཆོས་ཀྱི་བློ་གྲོས་

Que todos os seres possam se beneficiar!