sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Santidade, qual é a melhor religião?

Santidade, qual é a melhor religião?
Esperava que ele dissesse: “É o budismo tibetano” ou “São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo”.
S.S. o Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos, o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta, e afirmou:

"A melhor religião é aquela que te faz melhor."
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
"O que me faz melhor?"
Respondeu ele:
"Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância budista tibetana de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... Mais ético...
A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião..."
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável...
Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar destes ensinamentos sagrados.

Coisas que você deve saber sobre os manifestantes anti-Dalai Lama.

Coisas que você deve saber sobre os manifestantes anti-Dalai Lama. Patrocinados pelo Partido Comunista da China e pela Guoanbu - a Agência de Inteligência e Segurança da República Popular da China.

Instrumentos úteis do "plano mestre" do governo comunista chinês para ofuscar a questão do Tibet e deslegitimar a luta pela liberdade do Tibet.

Poucos líderes do nosso tempo tem alcançado uma popularidade e reverência mais universal e duradoura do que Sua.Santidade o Dalai Lama.



Através de seu trabalho incansável para promover a justiça social, a responsabilidade universal, ética secular, inter harmonia e princípios não violentos, ele fez uma contribuição monumental para aliviar o sofrimento humano.



Quem são esses manifestantes? De onde eles vêm? O que eles querem de S.S. Dalai Lama? Quem está se beneficiando de seus protestos?

Aqui estão fatos rápidos que você precisa saber sobre os manifestantes anti-Dalai Lama:

Os manifestantes pertencem a um grupo de "extremistas pseudos-budistas" que adoram uma divindade chamada Shugden e propagam uma ideologia de "supremacia Gelug".

O Budismo Tibetano tem cinco escolas, ou seja, Gelug, Sakya, Nyingma, Kagyu e Jhonang.

Dentro da escola Gelug, derivou um subgrupo cuja apropriação da divindade Shugden, historicamente tem proibido os seus membros de ler as escrituras de outras escolas e estudar com Lamas de escolas não-Gelug, sectarismo que contraria a rica tradição do budismo tibetano.

Esta ideologia controversa da "pseudo supremacia Gelug", alimentou as tensões sectárias entre os tibetanos durante centenas de anos, além do que se mostra na prática de uma atividade anti-budista, é o que o Dalai Lama partiu para erradicar, quando desaconselhava o culto desta divindade.

De acordo com suas políticas progressistas e orientando a reforma, SS o Dalai Lama (que tradicionalmente pertence a própria escola Gelug e é seu líder) tem ido para fora do seu caminho para estudar com vários lamas de outras tradições, insistindo que a todas as escolas e linhagens deve ser atribuída igual respeito.

Estas medidas reformistas de S.S. o Dalai Lama, que visam promover a harmonia inter-sectária, fez dele um anátema para os "supremacistas do Gelug".


Eles chamam SS o Dalai Lama um "ditador".

Esta acusação expõe apenas o mundo distorcida e iludida em que vivem.

A verdade é que seu próprio grupo, a NTK - Nova Tradição Kadampa, é dirigida por um líder que proíbe seus alunos de lerem livros de leitura de qualquer outro autor que não o próprio.

The Western Shugden Society (WSS), uma frente da Nova Tradição Kadampa, é o grupo que foi orquestrar os mais recentes protestos contra o Dalai Lama, relatos em primeira mão dão conta como a New Kadampa incita seus membros a atacarem o Dalai Lama.

"O Dalai Lama é um muçulmano!"

Os manifestantes acusaram SS o Dalai Lama de ser um "muçulmano". Primeiro de tudo, para usar a palavra "muçulmano" como um insulto traz um nível de racismo e islamofobia que não tem lugar no mundo de hoje.

Os "extremistas Gelug da NTK" são "tolerados" pelo governo comunista invasor chinês .

Em 1997, um estudioso tibetano altamente respeitado, que criticou o culto a Shugden como um desvio do verdadeiro Budismo, foi assassinado em Dharamsala, na Índia, junto com dois de seus alunos. Os assassinos escaparam da Índia e foram direto para a China, que lhes deu abrigo seguro.

Para a polícia indiana os assassinatos estão ligados diretamente à associação Shugden e Interpol emitiu um alerta vermelho para a China.

Para Pequim, a controvérsia Shugden apresentou uma oportunidade para minar SS o Dalai Lama e a causa tibetana.

Pequim decidiu apoiar os extremistas para semear a discórdia entre os tibetanos , esta estratégia se encaixa perfeitamente na política de dividir para dominar do governo de China, há inclusive histórias sobre patrocínio com dinheiro da China....

Eles estão latindo para a árvore errada .

Estes manifestantes são predominantemente homens americanos e europeus brancos disfarçados de monges tibetanos e vítimas.


Para estes cidadãos privilegiados dos países ocidentais acusar SS o Dalai Lama, um refugiado sem lar, sem exército e sem nenhuma força policial, de reprimir a liberdade religiosa não é apenas absurdo, é má fé.


Esse tipo de engano, muito mais do que políticas reformistas do Dalai Lama, ameaça a "tradição Gelug pura" que eles dizem defender.

A única pessoa que seria capaz de exercer controle e coerção sobre eles e, assim, tirar a sua liberdade religiosa de verdade é Geshe Kelsang Gyatso, Nova Tradição Kadampa.

Os manifestantes pretendem minar a causa tibetana e avançar a agenda da China comuno-imperialista .

Há muitos paralelos inquietantes entre a linguagem da Nova Tradição Kadampa e o do governo chinês.

Ambos acusaram SS o Dalai Lama de ser um fantoche CIA.

Ambos distorcem a história e rouba a verdade dos corajosos tibetanos que arriscaram suas vidas (e muitos morreram) para escoltar o Dalai Lama de Lhasa para a Índia.

Portanto, a Nova Tradição Kadampa e os manifestantes anti-Dalai Lama já não são apenas "supremacistas Gelug", mas eles também são os instrumentos mais úteis do "plano mestre" do governo comunista e ateu chinês para ofuscar a questão do Tibet e deslegitimar a luta pela liberdade do Tibet.


Os manifestantes estão seguindo SS o Dalai Lama em quase todos os lugares que ele vai, e também na internet, denunciando-o com calúnias e difamações produzidas Partido Comunista da China e pela Guoanbu - a Agência de Segurança da República Popular da China.

Uma investigação Reuters descobriu que a seita religiosa por trás dos protestos tem o apoio do Partido Comunista e da Guoanbu.

O grupo surgiu como um instrumento na longa campanha de Pequim para minar o apoio a Sua santidade o Dalai Lama, exilado político que comanda a lealdade de milhões de cidadãos tibetanos e chineses e quem Pequim acusa de planejar a secessão do Tibet

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

SIMBOLISMO DO NATAL E DO NASCIMENTO DO MESTRE JESUS, O CRISTO,


Para a grande maioria da população, a mensagem do Natal é de que a comemoração do nascimento do Filho de Deus é motivo de regozijo para todos, ainda que a razão para a alegria nem sempre seja entendida profundamente pelos participantes.

O final do ano e o começo do ano novo são momentos em que nos inquietamos e nos tornamos mais tolerantes.

É claro que seria bem melhor se perdoássemos e fossemos amorosos uns aos outros todos os dias do ano, mas parece que isto só é possível no Natal e no Ano Novo! De repente, nós nos lembramos que temos vizinhos, uma família e pessoas a quem queremos bem, elhes oferecemos nossos melhores votos.

Apesar de todas as nossas boas intenções, na realidade, continuamos indiferentes! Pensar e se comportar consciente e amorosamente um dia por ano e passar por cima disto durante todo oresto do ano, isto mexe com a consciência!

Lembrar que nosso divino Mestre Jesus, o Cristo, jamais sugeriu que comemorássemos a data de seu nascimento, em nenhuma das escrituras, canônicas, apócrifas ou gnósticas.Veja o que ele nos pediu:

E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo:

"Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim." Lucas 22:19. 

O Sol realiza a cada ano uma viagem elíptica que começa no dia 25 de dezembro, e então regressa ao pólo sul; exatamente por isto vale a pena refletirmos em seu significado profundo. Nesta época começa o frio no hemisfério norte, devido exatamente ao fato de que o Sol vai se afastando para as regiões austrais e, no dia 24 de dezembro, terá atingido o ponto máximo de sua viagem na direção sul. Se o Sol não avançasse rumo ao norte do dia 25 de dezembro em diante, morreríamos de frio. A Terra inteira se converteria em um bloco de gelo e realmente pereceriam todas as criaturas, tudo o que tem vida.

Assim, vale a pena refletir sobre o acontecimento do Natal. Na época do Natal os dias são curtos eas noites longas. Vamos refletindo sobre tudo isto, e convém que entendamos o que é o Drama. É necessário que também em nós nasça o Cristo-Sol, ele deve nascer em nós.

A palavra Cristo, a qual foi acrescentada como um "segundo nome" não é um nome pessoal e"sim uma descrição de um estado de consciência". Desse modo, existe dois nascimentos: o deJesus (o homem) e o do Cristo em Jesus.

Séculos antes os egípcios já realizavam, nessa época, grandiosos cerimoniais nos quais homenageavam o Sol símbolo da Luz Espiritual. Cerimônias semelhantes eram feitas pelos incas, astecas, caldeus, comunidades gregas, nos cultos de Mitra. E, curiosamente, esses povos, com diferentes religiões, tinham suas celebrações no mesmo período do ano.

Em todas as religiões, no seu aspecto externo, ocorreu uma antropomorfização do Sol. O Sol Oculto e invisível, do qual o visível é uma reflexão, sempre foi o emblema da divindade. Mitra, a antiga divindade persa, era um Deus-Sol, o dispensador da luz. Também nos Vedas encontra-se Mitra, uma das doze personificações do Sol. Ainda na tradição oriental Sûria é o Sol. Na Grécia eem Roma existiam festas em homenagem ao Sol.

Fica claro que a celebração feita ao final de dezembro não é uma posse exclusiva do Cristianismo, mas uma comemoração mística existente em todas as grandes religiões.

Na antiga Religião Egípcia o Sol era o símbolo do divino por excelência, sua luz era considerada uma manifestação visível de Deus. Osíris era chamado "Alma do Sol" e o sol nascente era personificado em Hórus.

Em 345 d.C. uma encíclica emitida pelo Papa Júlio decretou o deslocamento da data donatal de 25 de março para 25 de dezembro.

com a expressa afirmação de que esta medida foi tomada para alinhar a celebração cristã do nascimento do Salvador com o costume dos seguidores de Baco e de Mitra que comemoravam o nascimento da Divindade no solstício de inverno". Portanto, é um reconhecimento oficial em relação ao fato de que a celebração do natal é anterior ao nascimento de Jesus.

Após o solstício, a Terra em seu movimento em torno do Sol, atinge a sua menor distância em relação ao Sol. Em termos místicos significa que com o nascimento do Cristo a luz aproxima-se mais dos homens.

Quase todo o ocidente, europeu e americano, se diz cristão: muitos lêem os Evangelhos, fazem sermões, conferências e escrevem poesias sobre os ensinamentos de Jesus, mas quantos orientam a sua vida pelas grandes verdades do Cristo?

"Tornai-vos praticantes da palavra, e não simples ouvintes, enganando-vos a vós mesmos!"
Mestre Jesus , o Cristo (Ti 1:22).

A cena do Natal
rememorada com profunda alegria por milhões de cristãos todos os anos, está repleta de símbolos. O estábulo, ou gruta, representa o corpo físico que abriga em seu interior todos os membros da família divina, que são os diferentes princípios do homem. A manjedoura, onde o Cristo menino está reclinado, utensílio usado na alimentação dos animais, representa o corpo vital ou etérico que preserva e distribui o prana, ou força vital do sol, pelo corpo físico. Os carneiros e as vacas representam as emoções. Para que o Cristo possa nascer pressupõe-se que esses animais tenham sido domesticados, ou seja, que as emoções do candidato à iniciação tenham sido disciplinadas e purificadas.Os pastores representam os irmãos mais velhos e guias da humanidade, os Mestres que sempre comparecem às cerimônias de iniciação.

O batismo
de Jesus por João Batista representa a segunda grande iniciação. A imersão nas águas do Jordãotem um profundo significado místico. A água sempre foi usada como símbolo das emoções epaixões. Para que um iniciado possa capacitar-se a agir como um instrutor e salvador de almas, torna-se necessário que passe por ela. 


A transfiguração retrata o processo de iluminação, que na terceira iniciação é parcial, enquanto na quinta é total e definitiva. O relato menciona que a cena ocorre num monte (Mt 17:1-8), o que significa uma elevação do estado de consciência. Assim como na primeira iniciação os pastores de alma estavam presentes, também nessa ocasião os predecessores de Jesus no caminho da perfeição (Moisés e Elias) participam desse momento de glória.essas experiências, que compartilhe a dor do mundo. Assim, o mergulho nas águas simboliza essa profunda experiência de sintonia com a dor de todos os que sofrem e anseiam por uma vida de felicidade, saúde e harmonia. Ao aceitar voluntariamente compartilhar a dor dopróximo, o iniciado assinala ocultamente que está pronto para receber a Graça divina.

O Poder divino é conferido quando, simbolicamente, Jesus emergiu da água e "os céus se abrirame ele viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele" (Mt 3:16). O iniciado que se compromete a servir a Deus na labuta de salvação da humanidade demonstra ser um filho dileto do Pai, o que é confirmado por uma voz celestial que afirma: "Este é o meu filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3:17).

A comunhão do pão e do vinho dos doze apóstolos.

Toda a cena e seus personagens, no seu sentido esotérico, deve ser entendida como simbólica.Mestre Jesus e seus doze apóstolos simbolizam a totalidade do ser humano, sendo a casa onde ocorre a ceia a representação do corpo físico, o templo de deus 22:11), ou seja, num estado de consciência elevado. Jesus representa a natureza divina do homem, o Cristo interior. Os doze apóstolos personificam as características do homem no mundo, com suas qualidades e fraquezas Pedro, por exemplo, representa a impulsividade e pusilanimidade do homem que ainda nãoaprendeu a controlar suas emoções. Judas, o traidor, com sua cobiça e ambição, simboliza o lado sombra que acompanha todo discípulo até as últimas etapas do caminho. João, o discípulo que Jesus amava, retrata a alma, a unidade de consciência, que busca a inspiração do Alto, simbolicamente reclinando sua cabeça (símbolo da mente) sobre o coração de Jesus (símbolo do Cristo interior), para aí permanecer no aguardo da Graça Divina.

A sagrada eucaristia representa a integração do ser humano. Os aspectos da natureza humana, com suas negatividades e qualidades, os doze discípulos, recebem do Mestre Jesus, o pão e ovinho, símbolos da carne e sangue do Cristo, com a admoestação: "Se não comerdes a carne doFilho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós" (Jo 6:53).

Após a exaltação conferida pela terceira iniciação, a inexorável lei divina da harmonia leva oiniciado a experimentar o seu oposto. No relato bíblico isso é apresentado como a experiência no Getsêmani, que ocorre apropriadamente após a ceia pascal (Mt 26:36-45). Mestre Jesus convida três de seus discípulos mais próximos a acompanhá-lo, para juntos orarem.

Mas naquele momento de angústia, em que o iniciado descortina sua missão e os sacrifícios e sofrimentos que lhe sobrevirão, ele verifica que está só. Não conseguirá nenhum apoio externo ou interno nesse momento de solidão, o que é simbolizado nos evangelhos pelos discípulos dormindo durante a oração (Mt 26:40-45).

Numa atitude normal a qualquer ser humano, ao perceber o intenso sofrimento que lhe aguardava,Mestre Jesus invoca a Deus e diz: "Pai, se queres, afasta de mim este cálice" (Lc 22:42).Porém, como iniciado comprometido com a missão de redenção da humanidade, aceita as conseqüências de uma vida altruísta de total desapego, ainda que ao preço de sua própria vida, esubmete-se humildemente à vontade divina.

O portal da quarta iniciação abre-se para o servidor resoluto e dedicado que aceita beber o cálice amargo da vida de serviço. Os sofrimentos intensos pelos quais passa o iniciado que aceita carregar a cruz do mundo e assumir parte do pesado carma da humanidade são representados nos evangelhos pelos dolorosos relatos da paixão do Senhor.

A morte para o mundo e a ressurreição para a vida eterna, os dois aspectos complementares que simbolizam a quarta iniciação, têm lugar em Jerusalém, a cidade santa. O iniciado deve entrar nesse elevado estado de consciência em plena posse de suas faculdades humanas, ou seja, num corpo físico. Isso é simbolizado pela entrada de Jesus em Jerusalém montado num jumento, um quadrúpede domesticado, que representa os quatro corpos inferiores do homem (físico, etérico, astral e mental concreto) devidamente disciplinados.

O estágio do sofrimento parece ser o companheiro inseparável do iniciado. Na história de Jesus, começa com o sofrimento psíquico antecipado no Getsêmani, onde ele se sente terrivelmente solitário e sem o apoio de seus discípulos. No desenrolar dos acontecimentos, segue-se a traiçãode um discípulo e a fuga dos outros quando se sentem ameaçados.

Cristo é escarnecido e insultado pela multidão enfurecida, representando as paixões dos homens que sempre zombam da natureza divina. Depois ele é açoitado e espancado pelos soldados, que são os condicionamentos da natureza inferior que seguem as ordens de nosso inconsciente, sempre preocupado com a manutenção do status quo de nossa vida mundana.

O julgamento é feito por Pilatos, o governante da ordem exterior, que simboliza a personalidade.Mestre Jesus é devidamente apresentado como aquele que procura subverter a nação e, quando interrogado por Pilatos, confirma que é o Cristo, rei da natureza humana.

A personalidade, ao lavar as mãos, procura, como sempre, justificar-se alegando não ter culpa por condenar um inocente, pois está atendendo ao clamor da plebe (as paixões) e à recomendaçãodos sacerdotes, os líderes da natureza inferior, que representam o egoísmo, a ignorância, oorgulho e a ambição.

Seguindo a tradição, Pilatos pergunta ao povo se prefere a libertação de Jesus ou do criminoso Barrabás.

As paixões pedem a crucificação da natureza divina e a libertação do criminoso com o qual, em sua ignorância, identificam-se.

O relato da paixão de Jesus representa a via crucis de todos os que passam pela quarta iniciação: devem morrer para o mundo para alcançar a consciência permanente do Reino de Deus, a consciência da vida eterna.

É interessante notar que a crucificação tem lugar no monte Gólgota, ou calvário, que significa a caveira. A culminação dessa importante iniciação ocorre mais uma vez num monte, uma clara indicação de um estado elevado de consciência.

O Golgota representa o crânio humano, o lugar físico onde a consciência divina é crucificada.Jesus, expressando a consciência divina, é crucificado entre dois malfeitores, um dos quais seria obom ladrão (Lc 23:39-43).

Os dois ladrões simbolizam os dois aspectos da mente, um dos quais se volta para o alto e segueo Salvador rumo ao Reino dos Céus. O túmulo na rocha no qual Jesus teria sido enterrado é também outra representação de que o Cristo espiritual é enterrado no plano mais denso da manifestação, o plano físico, de onde só é libertado após cumprir sua missão terrena.

É dito no Credo dos Apóstolos que, após a morte, Jesus "desceu ao inferno e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos." Na Bíblia é dito que: "Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual foi também pregar aos espíritos em prisão" (1 Pd 3:19).

Para os antigos o inferno não tinha a conotação de tormento eterno estabelecida mais tarde pela igreja. O inferno era tido como uma região ou lugar oculto, o Hades dos gregos, enfim, um submundo habitado pelas pessoas que deixavam o corpo físico para trás.

A interpretação esotérica é que todo iniciado deve descer ao mundo astral e levar a luz e a esperança para as almas atormentadas pelo remorso dos erros cometidos quando encarnadas no mundo.

A morte e a ressurreição do Cristo representam alegoricamente a quarta iniciação. O que morre não é o corpo físico, mas o sentido pessoal de separatividade.

O que ressurge dos mortos é a alma agora consciente da unidade com o Todo e com todos os seres. A partir desse momento a alma pode deixar o sepulcro terreno, que é o corpo físico, sem nenhum lapso de consciência e entrar nas regiões superiores do mundo celestial.

A vivência da unidade confere ao iniciado uma profunda compaixão. Ele agora, além de procurar aliviar a dor dos que sofrem injustiças e violências, busca ajudar os injustos e criminosos. Ele sabe que o injustiçado, caso tenha a atitude correta, estará terminando seu ciclo cármico, enquanto ocriminoso está iniciando o seu, atraindo para si pesada carga de sofrimento, na justa medida dosofrimento que causou. O iniciado só estará pronto para a quarta iniciação quando puder perdoar aqueles que lhe ferem, bem como os que ferem a todos os fracos e oprimidos, como MestreJesus, que em meio à agonia da crucificação, disse: "Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem" (Lc 23:34).

Para os budistas e hinduístas, aquele que recebeu a quarta iniciação é chamado de Arhat,sendo conhecido como o liberto que não mais precisa retornar ao mundo dos homens, tendo merecido o descanso paradisíaco no que chamam de Nirvana.

A maioria, no entanto, movidos pela suprema compaixão, comprometem-se a permanecer na esfera terrena para ajudar na libertação de todas as almas sofredoras, até o fim dos tempos.

A alma (Jesus) agora venceu a morte, porque morreu para o mundo. Simbolizando o término de seu ministério terreno, o iniciado diz, como Mestre Jesus na cruz: "Está terminado" (Jo 19:30) e"Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23:46).

No relato bíblico Mestre Jesus retorna dos mortos e fica algum tempo instruindo seus discípulos, preparando-os para prosseguirem com o ministério de salvação das almas. Esse retorno ao mundo terreno, seja num corpo físico, seja num corpo sutil, dependendo dos textos consultados, comprova o compromisso do iniciado em permanecer em nossa esfera terrena instruindo e ajudando a humanidade. Chega finalmente o dia que, em grande glória, ele ascende ao céu.

No Pistis Sophia.

A ascensão é descrita de forma tocante, com a descida de anjos portando seus mantos de luz. Uma vez envolvido na luz, Mestre Jesus é transfigurado e seus discípulos não podem agüentar obrilho de sua luz até que Mestre Jesus desaparece no alto. Jesus, como todo o adepto que recebeu a quinta iniciação, pode agora dizer: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10:30).

A quinta iniciação indica o término do aprendizado humano. O Mestre de Compaixão eSabedoria alcança a perfeição e passa a ser um salvador de almas, seres, muitas vezes descritos como divinos. São verdadeiros mensageiros de Deus, trazendo, como Mestre Jesus, a eterna mensagem de salvação para as almas sofredoras.

E essa é a meta que o Pai celestial estabeleceu para todos nós.

Qual seria a possível contraparte penosa para quem alcançou a união com Deus? Para quem permanece constantemente na bem aventurança de perfeita unidade com Deus, o seu estado oposto é justamente deixar esse estado paradisíaco. Essa é justamente a provação do Mestre de Compaixão e Sabedoria!
(Raul Branco - editado)

O Ego material-mental-emocional, que assume milhares de formas e feitios. O Eu crístico e o Ego anti-crístico, agem em duas dimensões diametralmente opostas. O Anti-Cristo só conhece "os reinos do mundo e sua gloria" e promete dá-los em recompensas aos seus adoradores e servidores, porque são dele, creação do príncipe deste mundo, que é o poder das trevas na linguagem do Cristo.

O Cristo porém, afirma que "o meu Reino não é deste mundo", não é do caráter deste mundo que , "jaz no maligno", que é "dominado pelo príncipe deste mundo".

"Devemos viver no mundo sem ser do mundo." Vivemos na terra de um inimigo, que o Mestre Jesus, o Cristo chama "o príncipe deste mundo". (João 16:11).

A tendência é fazer Cristo à imagem e semelhança dos "cristãos", já que estes não tem a coragem de subir às alturas daquele. 

Fazer descer Cristo ao nosso nível condiz muito mais com o comodismo e o menor esforço dos que não querem sublimar-se ao nível dele.

Em livros, filmes, e teatros, do alto das cátedras universitárias e dos púlpitos das igrejas se proclamam um pseudo-Cristo profano, horripilante, caricatura do Cristo do Evangelho e da realidade. E o que é há de mais repugnante é que são precisamente sacerdotes, pastores de igrejas cristãs, (*e muitos "místicos" de ocasião) que, de preferência, promovem essa deturpação do Cristo.

O homem intelectual, escreve Einstein, descobre aquilo que é, mas o homem espiritual realiza em si aquilo que deve ser, aquele é um descobridor de fatos, este é um creador de valores. Valor é Realidade eterna, fatos são reflexos passageiros.

No Evangelho de Tomé, os alunos dizem a Jesus:
"Diz-nos: como será o fim?" E Mestre Jesus diz:
"Já descobristes o começo? Pois onde está o começo, aí
está o fim. Bem-aventurado aquele que se mantém no começo; ele conhecerá o fim e nãoexperimentará a morte."
Então, o peregrino que está a caminho já não se volta para o futuro, mas vai em sua direção.
Seus discípulos lhe disseram: "Mostra-nos o lugar em que
estás, pois é necessário que o procuremos." E ele disse:
"Que aquele que tem ouvidos ouça. Há luz no Homem de luz e ele ilumina o mundo inteiro. Se ele não tiver luz, está nas trevas."

Aceitar Cristo é fácil, viver o Cristo isto é um problema de imensa gravidade. 
Sem esse encontro consigo mesmo, nenhum homem realizará o seu encontro com Deus.


"Ainda que Cristo nascesse
mil vezes em Belém
e não em vossa alma,
ainda assim estaríeis perdido.
Na verdade, a Palavra eterna
continua nascendo hoje.
Onde? Em uma alma
que se perdeu em si mesma.
A porta da bem-aventurança
só pode ser atravessada
por aquele que renasceu
para uma vida totalmente nova.
Ó homem, tu indagas:
onde está o trono de Deus?
Ele está lá onde Deus renasce em ti
como Filho!
Se renasces de Deus,
em um certo sentido fazes
que ele renasça em ti.
Então, tu sais e Ele entra."
Angelus Silesius

BOAS FESTAS , FELIZ NATAL DO SEU CORAÇÃO, QUE O TEU CRISTO INTERNO, TEU SOL INTERIOR POSSA SE TORNAR CADA DIA MAIS BRILHANTE, PRESENTE, ATIVO E DESPERTO EM VOCÊ.*A propósito, Mestre Jesus, não nasceu dia 25/12.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Budismo Tibetano Vajrayana e algumas recomendações.

Rinpoche e Lama são títulos no Budismo tibetano.
Cada um desses títulos quer dizer uma coisa em particular.
Todo Rinpoche é um Lama. Nem todo Rinpoche ou Lama é um monge.
Nem todo monge é Lama, muito menos Rinpoche.
Rinpoche significa "precioso", e é alguém que é um professor do dharma por várias vidas.
Lamas são professores, e monges são pessoas que tomam certos votos.
Rinpoches são tulkus entronizados, isto é, que passaram pelo treinamento e recebem seus bens e alunos da vida passada.
Como uma pessoa vem a ser chamada de Lama varia bastante, algumas tradições exigem que certos pré-requisitos sejam completados (um retiro de 3 anos), outras apenas uma nomeação por parte do professor é suficiente.
Monge vem de "monos", que quer dizer "sozinho". O caminho monástico implica o celibato e uma série de outros votos que visam simplificar a vida do praticante.
Algumas pessoas conseguem se manter imparciais perante seus objetos de desejo, estas talvez não precisem tomar votos monásticos.
Outras pessoas seriam incapazes de manter os votos monásticos, mesmo que não sejam isentas, então essas praticam o que conseguem praticar.
Os professores em todas as formas de budismo podem ser monges ou não.
Nem todo monge é um professor, nem todo professor é um monge.
Um Lama é um professor do budismo tibetano que demonstrou realização em pelo menos alguma prática e tem, por isso, uma qualificação muito maior em ensinar sobre aquilo. Seu ensinamento é, portanto, considerado muito mais efetivo.
Todos no budismo praticam para se tornarem budas, sejam monges ou não.
Nós consideramos Lamas aqueles que são exemplos consumados da prática, e monges aqueles que seguem os votos.
Ser monge facilita, mas não garante, progresso espiritual. Também ajuda, mas não garante que a pessoa se torne um professor.
O único caminho para se tornar um exemplo, é se tornar um exemplo: fazendo boa prática.
Não devemos buscar um título, mas nos tornar um bom exemplo.
É importante assinalar que praticar para obter um título é materialismo espiritual.
Pratica-se para revelar as qualidades, e atingir o estado de Buda para benefício de todos os seres.
Alguns grandes bodisatvas permanecem praticantes secretos, sem título algum, sem reconhecimento algum, sem nenhum tipo de reconhecimento público, ou mesmo fama mundana, por toda sua vida.
Quem tomamos como Guru/Lama ou amigo espiritual, ou quem pode nos ensinar o dharma, depende exclusivamente de nós mesmos. Se vemos alguém como um Buda ou quase Buda, ele é um Lama/Guru.
Quando ela é capaz de dizer "entre o Buda e essa pessoa, para mim não faz diferença" então ela encontrou um Lama.
A iluminação é exatamente o poder de autorreconhecimento da iluminação em outras palavras, a única diferença entre seres sencientes comuns como nós e os Budas é que eles reconheceram sua verdadeira natureza, e nós vivemos no auto-engano das aflições mentais, em particular a crença e apego a um eu.
Estar livre do samsara é bastante anterior à iluminação.
Iluminação é estar livre de samsara e nirvana. Para se encontrar livre do samsara basta não possuir aflições mentais, ou qualquer das forças latentes que produziriam aflições. Em geral há um reconhecimento quando isso ocorre, e este é o estado de Arhat, não iluminação.
Se a palavra Lama for interpretada como "compaixão superior", todos os Lamas que fazem jus ao título seriam Bodisatvas. É claro que os alunos, de toda forma, não devem vê-lo apenas como um bodisatva, mas como um Buda.
Se não houver um Buda ensinando, não há ensinamento do Vajrayana.

Como se comportar diante de um Lama no Budismo Tibetano, no templo ou sala de instruções, ainda que muitas das sugestões sejam poucas observadas no ocidente.
“A respeito do Lama, há muitas diferentes recomendações tradicionais.
Quando o Lama entrar manter-se de pé até que ele se sente. Para todos aqueles que tem votos de refugio recomenda-se que se faça as prostrações.
Aguardem sua chegada de pé nunca sentado, ao constatar sua presença adote postura de reverência (palmas mãos unidas e leve cabeça levemente curvada) e não obstruam o caminho; quando ele vem, abrimos espaço.
Dizemos: não caminhe na frente do Lama, não bloqueie o caminho ou fique conversando e bloqueando a passagem.
Visitantes e pessoas que não tem refugio pede-se que demonstrem atitude de respeito ao Lama permanecendo em pé até que o Lama tenha sentado.
Se adentrar a sala depois do Lama faça as prostrações.
Não coloque os textos litúrgicos, livros budistas, fotos das Deidades, fotos de Lamas no chão. Preces, textos e livros do Dharma são considerados sagrados. Não devem nunca ficar no chão ou sob objetos.
Deve-se tirar os sapatos para entrar no templo, não se deve pular as mesinhas, não se deve apontar os pés em direção ao Lama, altar e objetos sagrados.
Sempre sente-se abaixo da altura do assento do Lama, exceto pessoas que tenham restrições físicas.
Falar ou teclar no celular, nem pensar.
Não devemos interromper a fala do Lama, jamais se ausentar do templo ou da sala de instruções, sem autorização com o Lama instruindo. Não dar as costas para o altar ao sair da sala.
Perguntas referentes ao ensinamentos devem ser feitas somente ao final de cada prática se o Lama abrir a palavra a perguntas.
Devemos nos dirigir ao Lama com gentileza, respeito e atitude adequada.
Devem-se evitar algumas atitudes tradicionais da nossa cultura como: abraçar, beijar, fazer brincadeiras de humor, questionamentos fora de assuntos relacionados ao Dharma.
Evitar fazer comentários sobre outros Lamas, Escolas, Tradições e Religiões; falar de política ou criticar qualquer pessoa ou atividades. Lembre-se é um lugar de silencio, recolhimento, praticas altruístas, meditação e estudos.
Respeitar o silêncio do outro e sua privacidade. Nos intervalos o Templo pode ser usado para meditação, praticas pessoais e estudos individuais. Não permaneçam dentro para conversas, dormir, fazer uso da Internet ou fotos.
Claro que tudo isso faz sentido como uma forma de respeito à origem dos ensinamentos.
Se os consideramos importantes, é natural que revelemos sem descuidos essa conexão.
Esse é o ponto.
É natural que entendamos que os Lamas são fonte de refúgio.
Por isso é fundamental que não diminuamos o Lama, no sentido de pensar que temos coisas mais importantes ou dispersão na mente, e deixemos de dar atenção a esse fato.
Todas as atenções ao Lama têm esta origem.
Estas são as recomendações básicas em uma sala ou convívio.”
Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar destes ensinamentos sagrados!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Além do Materialismo Espiritual

“O ego é capaz de converter tudo para seu uso próprio, inclusive a espiritualidade, mesmo a meditação pode ser usada em favor do ego e contra o autêntico crescimento. Drogas, ioga, orações, meditação, transes, várias psicoterapias, tudo pode ser usado com essa finalidade”.
"Mesmo se não estamos procurando por ganhos materiais, podemos ainda estarmos procurando por algum tipo de ganho mental. Ambos são considerados ganhos mundanos. O Buda não ensinou o Dharma para ganhos mundanos."
A diferença entre materialismo espiritual e transcender o materialismo espiritual é que, no materialismo espiritual, promessas são usadas como uma cenoura na frente do burro, nos atraindo para todo tipo de jornada.
De acordo com a tradição budista, o caminho espiritual é o processo de atravessar e superar a nossa confusão, de descobrir o estado desperto da mente.
Quando este estado se encontra entulhado pelo ego e pela paranóia que o acompanha, assume o caráter de um instinto subliminar.
Dessa forma, não se trata de construir o estado desperto da mente, mas sim de queimar as confusões que o obstruem.
Tudo o que é criado, mais cedo ou mais tarde, tem de morrer.
Se a iluminação fosse criada dessa maneira, haveria sempre a possibilidade de o ego reafirmar-se, provocando um retomo ao estado de confusão.
A iluminação é permanente porque não a produzimos; apenas a descobrimos.
Na tradição budista, a analogia do Sol que surge por trás das nuvens é freqüentemente empregada para explicar o descobrimento da iluminação.
Na prática da meditação, removemos a confusão do ego a fim de vislumbrar o estado desperto.
A ausência da ignorância, da sensação de opressão, da paranóia, descerra uma visão fantástica da vida.
Descobrimos um modo diferente de ser.
Como tomamos por real a nossa visão confusa, lutamos para manter e incrementar esse eu sólido.
Tentamos alimentá-lo com prazeres e escudá-lo contra a dor.
“Mas”, poderíamos perguntar, “se a nossa verdadeira condição é um estado desperto, por que nos ocupamos tanto em evitar que tomemos consciência disso?”
Porque estamos tão imersos em nossa confusa visão do mundo que consideramos real o único mundo possível.
Essa luta por manter o senso de um eu sólido e contínuo é obra do ego.
O ego, contudo, consegue apenas sucesso parcial em sua tentativa de defender-nos do sofrimento.
É a insatisfação que vem junto com a luta do ego que nos inspira a examinar o que estamos fazendo.
E, uma vez que sempre existem hiatos na consciência que temos de nós mesmos, torna-se possível algum discernimento.
Uma interessante metáfora empregada no Budismo tibetano para descrever o funcionamento do ego é a dos ‘Três Senhores do Materialismo”: o “Senhor da Forma”, o “Senhor da Fala”, e o “Senhor da Mente”.
Na discussão que se segue sobre os Três Senhores, as palavras “materialismo” e “neurótico” dizem respeito à ação do ego.
O Senhor da Forma refere-se à perseguição neurótica do conforto físico, da segurança e do prazer.
Nossa sociedade altamente organizada e tecnológica reflete nossa preocupação em manipular o ambiente físico de modo a nos salvaguardar das irritações provenientes dos aspectos crus, rudes e imprevisíveis da vida, tudo são tentativas de criar um mundo controlável, seguro, previsível e prazeroso.
O Senhor da Fala tem a ver com o emprego do intelecto no relacionamento com o mundo.
Adotamos grupos de categorias que servem como alavancas, como meios para manipular fenômenos. Nacionalismo, comunismo, existencialismo, Cristianismo, Budismo, todos nos proporcionam identidades, regras de ação e interpretações de como e por que as coisas acontecem como acontecem.
O Senhor da Mente refere-se ao esforço da consciência em conservar a percepção de si mesma.
O Senhor da Mente impera quando usamos disciplinas espirituais e psicológicas como meios de conservar a consciência que temos de nós mesmos, de nos agarrar ao senso de eu. Drogas, ioga, orações, meditação, transes, várias psicoterapias, tudo pode ser usado com essa finalidade.
Se prendemos, por exemplo, uma técnica de meditação dentro de uma prática espiritual particularmente benéfica, o ego se põe, primeiro, a tratá-la co mo um objeto de fascinação e, depois, a examiná-la.
Nossos hábitos mentais se tomam tão fortes que fica difícil penetrá-los.
Podemos até chegar ao desenvolvimento totalmente demoníaco da completa “Egoidade”.
Se examinarmos nossos atos, quase todos concordaremos, provavelmente, em que somos governados por um ou mais dos Três Senhores.
“Mas”, poderíamos perguntar, “e daí?
Isto é simplesmente uma descrição da condição humana.
Sim, sabemos que a tecnologia não consegue pôr-nos a salvo de guerras, crimes, doenças, insegurança econômica, trabalho laborioso, velhice e morte; tampouco nossas ideologias nos resguardam da dúvida, incerteza, confusão e desorientação; nem podem as nossas terapias proteger-nos da dissolução dos altos estados de consciência que viermos temporariamente a alcançar ou da desilusão e angústia daí decorrentes.
Buda examinou o processo pelo qual os Três Senhores governam.
Descobriu que os Três Senhores nos seduzem criando um mito fundamental: o de que somos seres concretos.
Todavia, o mito, em última análise, é falso, uma imensa burla, uma fraude gigantesca, a raiz do nosso sofrimento.
Para fazer essa descoberta, ele precisou romper as defesas muito complexas erguidas pelos Três Senhores, com o fim de impedir que seus súditos descobrissem o engano fundamental que é a origem do poder deles.
O método descoberto pelo Buda foi a meditação.
Ele verificou que lutar para encontrar respostas não surtia efeito.
Só quando havia brechas na sua luta é que lhe acudiam discernimentos.
Começou a dar-se conta de que existia dentro de si uma qualidade sadia e desperta que só se manifestava na ausência de luta.
Por isso, a prática da meditação implica “deixar ser”.
Dessa forma, aprendemos como lidar com esses fatores, como relacionar-nos com eles, não no sentido de fazê-los amadurecer como gostaríamos, mas no sentido de conhecê-los como são e de trabalhar com o seu padrão.”
Além do Materialismo Espiritual
Chögyam Trungpa Rinpoche (1939-1987)
Tashi delek བཀྲ་ ཤིས་ བདེ་ ལེགས Que absolutamente todos os Seres Sencientes possam se beneficiar destes ensinamentos.